quarta-feira, 30 de abril de 2014

Capítulo 118


Em um dia comum, pedi que a babá fosse levar Nicole para dar um passeio na praça do condomínio, e assim ela fez.
Tomei um banho, tomei meu café da manhã e fui atrás delas. Apesar de confiar bastante na menina, que era super do bem, eu gostava sempre de estar por perto da minha filha, claro.
Assim que cheguei, não acreditei no que vi.
A tal da Karine, que o Luan tinha se envolvido, estava com a minha filha no colo. Corri até onde estavam.
- O que você tá fazendo aqui ? Não toca na minha filha!
- Nossa...Como você é antipática, eu só quero pegar um pouco ela. – Tirei Nicole de seu colo a força.
- Nunca mais encosta essas mãos imundas nela. Não deixa nenhum estranho pegar ela! – Me virei para a babá, que assentiu assustada.
- Me desculpa, dona Sara. A Karine é minha irmã...
- Sua irmã ? – Me assustei.
- É...Inclusive, foi ela que me indicou esse emprego. Eu não sei o que houve, nem sabia que se conheciam, mas isso não vai mais acontecer. – Eu vi que realmente ela estava perdida e sendo sincera. – Não me demite. Eu preciso do emprego!
- Pode ficar tranqüila, eu confio em você. Não vou te demitir.
- Quer saber de uma coisa, Sara? Eu quero é que sua filha morra! – Karine falava, enquanto eu colocava Nicole no berço, que por sorte não acordou com a agitação.
Eu não disse nada, apenas lhe dei um tapa no rosto.
- Esquece que eu existo...
- Sara... – Escutamos uma voz.
Luan veio até nós, nos olhando confuso. – O que você tá fazendo aqui, Karine?
- Vim aqui ver sua filhinha...Horrível por sinal! – Ela riu descontroladamente.
- Você tem problema! – Ela realmente parecia uma louca.
- Karine, dá onde você conhece eles? O que está acontecendo? – Sua irmã, falava aflita.
- Depois eu te conto tudo! – Eu lhe disse. – Só acho que sua irmã é louca, procura uma clínica pra ela, sério. Que suma da minha vida!
- Não sumo! – Ela disse.
- Garota...Você quer o Luan? Quer dá o golpe nele? Olha ele aqui... – Empurrei Luan para cima dela. – Todo seu! – Comecei a empurrar o carrinho da minha filha e voltei para casa.
Expliquei a história de Karine para sua irmã, que se desculpou muito comigo e disse que realmente ela tinha um distúrbio, que tomava remédio, mas que de vez enquanto ela não aceitava que tinha problema e parava com tudo, o que só piorava sua situação.
Ela ligou para sua mãe, que na mesma hora, disse que iria sim arrumar uma clínica para ela.
Luan chegou depois de algum tempo.
- Eu quero ficar com você! – Ele dizia, enquanto se sentava do meu lado do sofá.
- Luan...
- Não vem com história, Sara. Eu te quero de novo! Nascemos um para o outro! – Não respondi nada, enquanto ele me encarava. – Posso te fazer uma proposta? – Assenti. – Vamos viajar? Todo mundo junto, eu você, Miguel, Rafael e Nicole!
- Eu não sei.
- Por favor! Tenho certeza que não vai se arrepender.
- E pra onde pretende nos levar?
- Nossa, eu ando pensando muito nisso. Acho...Você prefere ir pra onde?
- Qualquer lugar. Estou sentindo falta de viajar mesmo.
- Caribe?
- De novo? – Ri. Íamos quase todo ano para lá.
- (risos) A gente sempre vai pra lá, mas lembra que nossos melhores momentos em família foram lá. – Sorri. Ele tinha razão.
- Tudo bem! Eu acho justo a Nicole ir para lá pela primeira vez.
- E ainda vai ir todos os anos... – Não respondi.
Então marcamos a tal viagem.
Não sei por que, mas sentia que aquela viagem seria uma boa para todos.
O tal dia chegou e os meus filhos estavam muito animados.
Nossos dias no Caribe, foram ótimos. Como Luan mesmo disse, foram os melhores, ainda mais com a nova integrante da família, que com seus cinco meses, adorou andar de avião e tomar banho de mar pela primeira vez.
- É tão boa essa sensação! Me sinto mais jovem, por estar vendo ela fazendo tudo pela primeira vez, como na primeira vez que engravidei. – Ri.
Estávamos na praia.
- Você é jovem, mãe. Já te disse! Quem ver assim, pensa que tem uns cem anos. – Fiz careta e Miguel riu.
- É a mãe mais linda também. Mesmo com isso tudo de filhos, os homens não param de te olhar. – Rafael olhou para os lados e riu.
- Vocês puxam muito meu saco, viu?
- É sério, mãe. Ninguém diz que é nossa mãe...
- Vocês já estão muito velhos também. – Rimos.
Passeamos muito naquele dia, experimentamos várias comidas novas e deliciosas.
Claro que Luan não perdeu a oportunidade de me levar para um jantar romântico, que eu amei.
Voltamos para o Brasil e naquele dia, eu parei para pensar em tudo, se valia mesmo a pena ficar separada dele, longe do único homem que eu amei de verdade na vida, que eu era fã, que eu lutei para chegar perto dele, que eu cometi loucuras por apenas um beijo.
Liguei para ele já de noite e pedi que fosse até nossa casa.
Meus filhos foram para a casa dos avós e levaram Nicole junto, já sabia que queriam que eu ficasse sozinha com Luan.
Preparei um jantar para nós e até seu doce predileto.
Não demorou muito para eu ouvir a porta se abrir e ele entrar, lindo, sorridente e cheiroso.
Seu cheiro! Nunca mudou, era o mesmo de sempre, suave, porém, forte e marcante.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Capítulo 117



A partir daquele dia, o jogo se virou e dessa vez, eu que fazia ponto.
Luan tinha largado a tal da Karine, que até show em frente a sua casa, deu e teve que sair do condomínio arrastada por seguranças.
Ele vivia no meu pé, e as vezes me roubava beijos, mas eu não dava esperança nenhuma.
Uma vez, eu estava comendo um doce, enquanto via televisão quando Rafael entrou no quarto.
- Mãe...Volta com meu pai! Ele está arrependido, disse que nunca mais faz isso.
- Não! – Eu não tirava os olhos da TV.
-Tadinho, mãe. Ele até já chorou com a gente...
- Eu chorei muito mais por ele!
- Nossa! Promete pensar?
- Não vou te prometer nada!
- Tá bom, dona Sara! – Ele suspirou e se levantou da minha cama. – Estou indo pra escola e amanhã, não esquece do churrasco que vai ter para comemorar o meu aniversário e o do Miguel.
- Claro que eu não vou esquecer o aniversário dos meus bebês! – Apertei as bochechas dele, que fez careta.
O outro dia, eu acordei bem cedo e ajudei a arrumar a área de fora para o aniversário dos meninos.
Na hora marcada, o pessoal começou a chegar e Luan foi o último, como sempre.
- Já tá todo mundo ai?
- Está! – Virei as costas pra ele, que pegou no meu braço.
- Vai fazer doce até quando? Não tem idade mais pra isso! – Ele riu.
- E nem você tem mais idade pra dar uma de garotão e sair catando menina nova! – Ponto pra mim.
- Vamos esquecer essa história? Cara, todo mundo tá do seu lado, eu to sofrendo...
- Você não faz idéia do quanto eu sofri por você. – Ele encarou o chão.
- E essa menina? Tá legal? – Passou sua mão em minha barriga.
- Está ótima! – Sorri.
- Não vejo a hora de ter ela nos braços!
- Eu também não! – O olhei ele se aproximou.
Quando estava prestes a me beijar, me afastei rápido e sai na frente.
No meio da festa, Rosana chegou alegre e me chamou pra conversar.
- Não acredito que voltaram! – Sorri.
- Voltamos, amiga! Ele me disse que realmente sentiu uma atração por você, mas que me amava, então eu perdoei.
- Fez bem!
- E porque você não faz o mesmo?
 - É diferente. – Meu sorriso se desfez.
- Não tem nada de diferente. O Luan também só sentiu uma atração por outra, mas ele te ama, se arrependeu. Volta a ser feliz também, amiga!
- Mas ele se deitou com essa outra, Rosana. Não dá...Tudo que eu queria era voltar a ser feliz!
- Tenho certeza que ainda vão ser.
- Deixa rola! Se for pra ser, vai ser! – Sorri e ela me abraçou.
Voltamos para festa e curtimos.
Eu estava me sentindo mais jovem, no meio de tanto adolescente loucos, que faziam piadas e gracinhas. Luan se juntou a eles e só arrancava gargalhada de todos.
Depois de mais alguns poucos meses, finalmente tinha chegado a hora de a minha filha nascer.
Fui junto com minha mãe, me internar, já que dessa vez seria uma cesariana.
E depois de horas, finalmente ela chegou ao mundo, cheia de saúde e linda.
Também tinha dado sorte de puxar os meus olhos, como todos diziam, mas seu cabelo, era como o do pai, escuro. Na verdade, ela era todo igual o pai.
Os traços de seu rosto, o formato da boca, do olho, era tudo igual.
Luan, que chegou quando estavam me operando, ficou esperando do lado de fora e entrou no quarto, junto com a enfermeira que trazia nossa filha.
- Ela é linda demais! – Foi a primeira coisa que ele disse sorrindo.
A enfermeira simpática, me perguntou se eu queria ajuda para amamentá-la, mas eu neguei. Então ela saiu e disse que logo voltaria para buscá-la.
Minha mãe viu a pequena e também se despediu de nós.
- Muito linda! – Eu disse só depois.
Ficamos babando nela, que diferente dos meninos era menor e meiga. Não era tão gordinha também.
- Posso pegar ela ? – Luan, me perguntou assim que acabei de amamentá-la.
- Ainda pergunta? Ela é sua filha...- Ele sorriu, enquanto eu a colocava em seus braços.
- Uai, vai ver você não quer.
- Que bobeira, Luan! Eu nunca iria impedir de você pegar sua filha no colo.
- (risos) Brincadeira! Eu sei que não. – Ele balançava ela de um lado para o outro, andando pelo quarto, de um jeitinho lindo. – Ainda tenho jeito. – Ele riu, assim que me olhou e viu que eu o observava.
- Tem sim! – Também sorri. – Eu que pensei ter esquecido tudo, mas quando se é mãe uma vez, é pra sempre!
- Com certeza! Ela parece um pouco comigo...
- Muito!
- Você acha? – Assenti. – Pelo menos uma...
- Eu acho que o Rafa parece bastante com você.
- Só no jeito.
- Não mesmo!
- Você já escolheu um nome pra ela?
- Nossa! Acredita que eu tinha me esquecido desse detalhe ? – Rimos.
- Acredito! É...Posso escolher?
- Claro que pode! – Sorri.
- Eu queria Nicole. Eu falo tanto que quero esse nome se tivesse uma filha menina, que minhas fãs já sabem e me cobram. – Rimos. – E eu passei a gostar ainda mais do nome.
- Eu acho justo com seus fãs, que te cobram! E o nome é lindo! – Ele sorriu satisfeito, antes de voltar a olhar para filha.
Depois de algumas horas, a enfermeira voltou e eu tive que me despedi da minha filha, mas para minha surpresa, no final do outro dia, eu já poderia ir para casa.
Apesar da falação que a imprensa estava fazendo, dizendo que eu e Luan tínhamos nos separado por causa de uma suposta traição da parte do Luan, posamos para fotos juntos, na saída do hospital.
Todos já sabiam de tudo, fazia um mês, mas em todas as entrevistas, ele fazia questão de dizer que por ele, já tínhamos voltado e que se fosse da vontade de Deus, ele iria nos unir de novo.
Os dias foram se passando e eu já estava readaptando a minha vida de mãe de novo, já que tinha que acordar de madrugada, dar de mama, fazer dormir, trocar frauda, depois de 17 anos. Mas estava feliz demais.
Minha mãe tanto insistiu, que eu contratei uma babá, também não era justo com ela viver me ajudando, apesar dela adorar.
Bruna e sua mãe, viviam na minha casa, nos primeiros dias. Mas era tão bom, depois de anos, ter mais um bebê pra nos alegrar.
Mesmo Ricardo, que ainda tinha dois anos, mas parece que o tempo vôo tanto com ele, que já tínhamos esquecido aquela fase.
Ele parecia um pouco enciumado no começo, não queria nem olhar direito sua nova priminha, saia correndo e ia brincar com Rafael, mas depois passou a se acostumar e até querer ficar com Nicole no colo.
Acordei uma vez com uma cena linda. Rafael ninava Nicole em seu colo, enquanto Miguel esquentava sua mamadeira.
Deu pouco leite nos meus seios, só o suficiente para dois meses.
- Que coisa linda, os irmãos se dedicando! – Entrei na cozinha, os assustando.
- (risos) Ela tava chorando e a senhora dormindo feito um anjo. Ficamos com pena de te acordar! – Rafael, disse.
- Achei lindo! – Beijei seu rosto, a cabecinha de Nicole e fui até Miguel, para lhe beijar também.
- Temos que cuidar direitinho de vocês. – Ele riu.
- É...Mas falta uma pessoa aqui pra nos ajudar. – Rafael tocou em um assunto, que eu não gostava. Ignorei.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Capítulo 116



Nossos olhares se encontraram e ele que sorria, passou a ficar sério. Desviei o meu olhar e meu irmão também viu aquela cena, e fez questão de me pegar pela mão e me tirar dali.
As horas iam se passando e eu estava sendo mimada por todos que estavam ali. Comia demais, por estar morrendo de fome e todo mundo ria.
Rosana chegou com sua filha, que tinha nascido só a alguns dias, mas que já estava bem grande.
Ela ficou pouco, por ainda não poder andar muito, mas foi tempo o suficiente para mimarmos Clara bastante.
Não tinha mais visto Luan e mesmo não querendo, perguntei Bruna, que me disse que ele estava no quarto, que mal desceu e já subiu de novo.
- Me desculpa. Sei que é por minha causa que o seu irmão não está participando do seu aniversário.
- A culpa não é sua de jeito nenhum , Sara! Para com isso! Se ele quiser descer que dessa! E outra,é bom que fique por lá, porque ninguém aqui está a fim de olhar na cara daquela lá. – Eu não discuti com ela.
Fui pegar um refrigerante na cozinha e depois me sentei no sofá, já que meus pés estavam começando a inchar.
- Olha quem está aqui. – Escutei uma voz e olhei para onde ela vinha.
Não estava acreditando que aquela mulher estava se referindo a mim.
- Está falando comigo?
- Tem mais alguém nessa sala?
- Então está perdendo seu tempo, não te conheço e nem quero!
- (risos) Não tem vergonha de ficar se rastejando atrás de homem, não? Fica apelando...Aceita que foi trocada!
- Olha aqui! – Me levantei. – Se você olhar direito, não sou eu que fico me rastejando atrás de homem não. – Sorri. – Estou aqui, pelo aniversário da minha cunhada.
 - Aé...Ela ainda é sua cunhada e você arruma isso como pretesto pra sempre estar atrás do Luan.
- Garota...Sério isso? Olha pra mim e olha pra você. Não quero me rebaixar tanto ao ponte de discutir com uma pirralha feito você, que ainda não deve saber nada da vida! Eu tenho dois filhos, pra acabar de criar e um, que eu ainda nem comecei a criar. Tenho mais o que fazer! – Ia saindo, mas escutei sua voz de novo.
- É assim? Você me ofende desse jeito e vai embora, como se nada tivesse acontecido? – Me virei confusa e logo vi o porquê dela ter falado aquilo.
Luan estava descendo as escadas e nos olhou.
- O que houve, Karine?
- Sua ex esposa, está me maltratando. Me chamou de pirralha e disse que sua família nunca irá me aceitar! – Eu ri de nervoso daquilo.
- Não é possível que uma pessoa possa ter um problema mental tão grande assim. – Disse.
- Ainda está me chamando de louca?
- É isso mesmo que você é!
- Chega, Sara! Deixa a minha vida em paz!
- Vai a merda, Luan! – Me irrite de verdade. – Eu tô me lixando pra sua vida, essa...Mulher, se é que posso ofender minha raça assim, que veio aqui falar comigo.
- E você disse tudo o que queria...
- Ah...Me poupe! – Me preparei pra sair de novo, quando senti as mãos dele no meu braço.
- Quero conversar com você! – Ele me encarava sério.
- Eu não quero falar nada com você!
- Mas eu quero. Quero resolver, porque está difícil, ou você some da minha vida de vez, como você me mandou fazer da sua, ou fica realmente complicado.
- Eu já disse que me lixo pra você! – Me segurava para não gritar.
- Então vem conversar, porra!
- Não vou! Me solta agora! – Não adiantou.
Ele subiu as escadas quase que me arrastando e eu me segurava para não chorar e gritar.
A tal da Karine, me olhava com deboche.
- Me diz logo o que quer! – Ele fechou a porta do quarto e trancou.
- Você não tem o direito de ficar freqüentando a minha casa. – Ele se aproximou.
- Eu venho aqui quando eu quiser,porque gosto dos seus pais, porque gosto da sua irmã, que é minha cunhada ainda.
- Que se dane! Vê eles em outro lugar, manda eles irem para sua casa.
- Sabe qual a minha vontade? É de te matar, seu idiota! – Gritei a última coisa e comecei a socá-lo.
Ele segurou meus pulsos e me prensou na parede.
- Não me bate...
- Minha vontade é que você morra!
- Não é mesmo. Eu sei que ainda me ama! Sei que sempre vai me amar.
- E adianta alguma coisa amar uma pessoa como você? – Ficamos em silêncio durante alguns segundos. Bem próximos.
- Eu sei que esse filho é meu. – Ele olhou para a minha barriga.
- Se sabe, porque não me procurou mais? Porque fez tanta cena?
- Eu sabia dês do começo! Eu sempre soube que você não beijou o Felipe por querer, que ele te pegou de surpresa.
- Não importa mais! – Tentei sair de perto dele, que me cercou, com seus braços.
- Eu sempre quis ter uma filha menina... – Ele sorriu, como há tempos eu não via.
Foi por aquele sorriso que eu me apaixonei, aquele sorriso, foi do Luan do começo.
- Como sabe que é?
- Eu vi sua entrevista na revista, que aliás...Não era pra ter dado!
- Eu faço o que quiser da minha vida.
- E nem era pra ter tirado fotos.
- Você ouviu ? Eu faço o que eu quiser da minha vida! – Gritei aquela frase e fui surpreendida com seus lábios nos meus.
Ele me beijou feroz e eu retribuí. Eu sentia saudades dele.
O clima começou a esquentas e suas mãos, começaram a invadir meu vestido. O afastei rápido de mim.
- Sai!
- Eu sei que isso era tudo que você queria!
- (risos) Você se acha muito, não é ? – Mais uma vez ele me beijou.
Mas dessa vez foi rápido e logo sua boca, desceu para o meu pescoço.
Ele tentava mais uma vez levantar meu vestido. – Você não me ama mais! Vai pra cama com quem você ama! – Eu dizia ofegante. Queria testar ele.
- Quer saber de uma coisa? – Ele me olhou e eu assenti. – Eu te amo...Com todas as minhas forças! Eu sinto sim atração pela Karine, sinto sim muito prazer com ela, mas com você...Eu sinto o dobro! Eu só fiquei confuso porque ela é nova, estamos juntos há muito tempo...
- E você queria experimentar outra coisa? – Ri. – Luan! Eu sabia dês do começo que era isso! Eu te avisei!
- Eu estou disposto a voltar pra você!
- Está é? – Ri, mais uma vez. – Pois eu não estou! – Ele me encarou e voltou a “atacar” meu pescoço.
Fizemos amor em seu quarto, com saudade e mais prazer que nunca.
Me vestir rápido, assim que terminamos e desci na frente, enquanto ele vinha atrás.
Passei por Karine, que ainda estava ali e vendo televisão, ela riu pra mim.
- Coitada! Pensando que você estava brigando comigo...Mal sabe ela que você estava transando comigo e se declarando de novo. Que você é um idiota! – Ri, assim que cheguei na cozinha e Luan também.
- Não sou idiota! Eu errei e reconheço!
- Agora é fácil reconhecer, depois de tudo!
- A gente vai voltar...Escreve o que eu tô te dizendo! – Ele disse e selou meus lábios, antes de sair dali.
- Descarado! – Murmurei pra mim mesma.

Capítulo 115


- Isso é sério, Sara?
- Claro que é sério, seu idiota! – Eu dizia entre dentes, ainda com dor.
- O médico já tá vindo! – Miguel chegou correndo. – Não acha melhor irmos para o hospital?
- Não é preciso, filho. – Eu disse e eles não pareceram satisfeitos, porém, atenderam minha vontade.
- E esse filho é meu, Sara? – Luan me olhou e eu o encarei na mesma hora.
Não acreditava no que tinha acabo de ouvir.
- O que? Você só pode está brincando com a minha cara...- Eu ri sem humor.
- Como você mesmo disse, muitos homens sempre te quiseram. – Ele disse com desdém.
- Quer saber?Vai embora! Some da minha vida, da vida dos meus filhos...Dos três agora! Não quero de te ver nunca mais! Esquece que um dia eu existi na sua vida! – Eu chorava enquanto a dor parecia aumentar. Porém, a dor que aumentava de verdade, era a do coração.
- Eu sumo da sua vida sim, mas dos meus filhos não e se esse bebê for meu também...
- Não é seu! – Eu gritei e os três me olharam assustados. – Esse filho não é seu ! – Eu repeti baixo e calma. E eles realmente pareceram acreditar.
O médico chegou e Luan foi embora, antes dele me examinar.
- Sara, te falei pra tomar os cuidados necessários em dobro. Não pode ficar se estressando. Tem que parar em casa! Se cuida e cuida do seu filho!
- Prometo cumprir tudo direito agora, doutor!
- Você não teve sangramento, por sorte! Mas poderia sim ter perdido seu bebê.
- Nem fala uma coisa dessas.
- Bom...Te passei algumas vitaminas, você já deve estar acostumada com muitas, já que tem gêmeos. – Ele riu olhando para os meus filhos e eu também. – Descansa, está bem ? E te espero pro pré- natal.
- Eu vou sim, doutor! – Sorri. – Obrigada por tudo! – Me despedi dele.
- Agora a senhora vai tomar um banho, deitar nessa cama, comer e descansar! – Meus filhos me ordenavam.
- Sério? – Fiz careta, enquanto riam assentindo.
- Vai fazer tudo direito, porque estamos de olho!
- Tudo bem, senhor Rafael! – Fui até o banheiro e fiz o que pediram.
Coloquei um pijama e me deitei na cama. Não demorou nem trinta minutos e eles voltaram com uma bandeja, para o quarto.
- Vai comer tudo!
- Está bem! – Ri.
Comi enquanto conversávamos e ríamos. Logo depois me deitei, parecia que meu cansaço nunca passava. – Já que eu não posso mais sair daqui, que tal meus bebês se deitarem comigo, em? Até eu pegar no sono! – Chamei eles com as mãos, que riram e se deitaram, um de cada lado meu. – Saudade de quando eram pequenos e faziam isso!
- Ôh mãe! Agora nós que vamos cuidar da senhora e do nosso irmão! – Miguel disse.
- Obrigada por existirem! – Sussurrei e beijei a bochecha de cada um.
Adormeci com eles me fazendo carinho, nos cabelos e na barriga, que já estava bem dura.
Apesar de tudo, dormir feliz.
Acordei no outro dia e chamei minhas amigas para passarem o dia comigo, na piscina, já que meus filhos realmente não me deixavam sair.
- Mas esse pirralhos estão mandando em você agora, Sara? – Ana brincava, enquanto tomávamos um suco, já dentro da piscina.
- Escutamos, tia Ana! – Miguel gritou, nos fazendo ri.
- Eu sinto muito pelo meu irmão, Sarinha!
- Não precisa disso, Bruna. Ele sabe o que faz! Deixa ele!
- Você está realmente bem?
- Bem melhor que antes! Quando ele acordar pra vida, vai ser pior! – Voltei a beber meu suco.- Tenho uma coisa pra contar pra vocês!
- O que?
- O motivo pelo qual meus filhos não querem que eu saia!
- O que é? – Rosana, Bruna e Ana, prestaram a atenção no que eu dizia.
- Eu tô grávida! – Sorri.
- Sério? Não acredito! – As três se juntaram para me abraçar.
Como eu gostava de abraços e como estava carente dele. Como o melhor abraço que eu tinha, podia nunca mais existir.
Elas fizeram uma festa com aquela notícia, almoçamos todas juntas naquele dia também.
- O Luan sabe disso? – Bruna perguntou, já no final da tarde.
- Sabe! – Desviei meu olhar.
- E que cara é essa? – Ana me perguntou.
- Eu disse pra ele que o filho não era dele!
- O que? Você tá louca? Claro que ele não acreditou.
- Eu acho que acreditou!
- Ele não é tão doido a esse ponto. Que vontade de socar a cara dos dois!
- Para, Ana! Se ele quiser acreditar, bem!  - Elas não falaram mais nada.
Foram embora e eu fui tomar meu banho, para depois dormir, como sempre.

(...)

No meu sexto mês de gestação, as coisas continuavam as mesmas. No começo eu lembrava da gravidez dos meninos e o quanto Luan era presente. Ele nunca mais me procurou também, parecia mesmo ter acreditado que o bebê não era dele. Também não estava mais querendo saber dele.
Já tinha anunciado dois meses antes da minha gestação para todos, que ficaram bem surpresos e um mês depois que anunciei, eu fui convidada para fazer algumas fotos para uma revista de gestantes e aceitei prontamente, mesmo meus filhos não querendo muito. Por ciúmes e usavam o pretesto, que o pai deles não iriam gostar.
Mas ele não tinha que gostar mais de nada. Era sempre isso que eu os dizia.
O aniversário de Bruna chegou e ela fez questão que eu fosse na casa de seus pai, onde seria a festa. Por mais que eu não quisesse, tive que ir pela minha amiga, que estava comigo para tudo.
Coloquei um vestido lindo, que tinha ganhado da loja que patrocinou os looks para as fotos para a revista. Me arrumei como há tempos, não me arrumava.
Fui de carro com Rafael dirigindo, já que era dentro do condomínio mesmo.
Desci daquele carro, já disposta a ver cenas que não me agradariam e pessoas também, mas não me deixei abater por aquilo.
Bruna nos recebeu lindamente e muito feliz por nossa chegada. Fomos até Marizete que estava com uma revista na mão e me abraçou, assim que me aproximei.
- Que linda que você está...Aliás, estou vendo suas fotos! Perfeitas! – Ela me mostrou.
- Sério que já saíram ? Eu nem sabia! – Ri e peguei a revista.
- Ainda não vi, deixa eu ver! – Entreguei a Bruna.
  


- Viu a surpresa ai?
- O que? Espera! É uma menina? – Assenti sorrindo. – Não acredito que escondeu isso de nós! – Ela sorria, enquanto me abraçava. – Parabéns!
- Obrigada, Bru! Já está na hora de você ter outro também!
- Seu irmão não está dando mais conta do recado! – Ela brincou.
- Eu o que? – Leonardo chegou.
- Nada. – Ri.
- Olha lá, em! – Ele olhou para Bruna e selou seus lábios.
Me abraçou e beijou minha bochecha. – Tem convidados na sala, amor.
- Espera um pouco, cunhada! – Bruna correu pra sala.
Eu e Leo, fomos atrás ainda abraçados.
- Eu estou morrendo de raiva do Luan. Não te disse, mas nem estou falando com ele!
- Não quero que brigue com ele por mim, você ainda é cunhado dele e sempre se deram bem!
- E você é minha irmã e eu não admito que ele te abandone grávida.
- Ninguém está me abandonando, Leonardo! Vocês falam de um jeito, que parece que todo mundo tem dó de mim. Eu não preciso disso! – Me irritei.
- Calma, irmã! Só queremos o seu bem! – Ele disse calmo e eu suspirei, assentindo.
- Me desculpa?
- Tudo bem! – Ele me abraçou.
Saímos do abraço e o que eu já imaginava, eu vi. Luan descendo as escadas com a mulher que dizia estar apaixonado.

domingo, 27 de abril de 2014

Capítulo 114



- Doutor...O senhor só pode está brincando!
- Não, está confirmado nos exames.
- Mas eu nem tenho mais idade pra isso!
- Quem disse? Você está em perfeito estado pra gerar um bebê, só tomar alguns cuidados mesmo de grávida, levar mais a sério.
- Meu Deus! – Eu exclamei.
Voltamos para casa e dentro do carro, não dei mais nenhuma palavra.
Assim que chegamos em casa, Rafael ainda não tinha chegado.
- Mãe, eu sei que esse não é o melhor momento pra ter um filho, já...Se separando do meu pai. Mas saiba, que eu fiquei feliz! – Meu filho disse, assim que subiu atrás de mim e entrou no meu quarto.
- Ôh meu Deus! Obrigada, meu amor! Eu tô preocupada demais com isso também. Nem sei mais o que é cuidar de um bebê. Vocês já são homens! – Me sentei na cama e ele do meu lado. Me abraçou de lado.
- Claro que sabe, dona Sara. Você ainda é nova, exagerada! – Ri de seu jeito. – Tô loco já pro bebezinho nascer!
- Que bebezinho ? – Rafael, entrou no quarto nos assustando.
- Eu estou grávida, Rafa.
- O que ? Tá brincando, mãe!
- Quem dera! – Suspirei.
- Quem dera nada, mãe! Eu já disse que vai ser ótimo, vai te animar também. – Miguel me repreendeu.
- Tomara! – Sorri fraco.
- Nossa! Confesso que não esperava isso, agora que o papai saiu de casa...- Rafael me olhou.- Mas eu acho também que vai ser bom! – Ele sorriu.
Me levantei e o abracei. – Só não achei legal a parte de dar mais atenção pra ele e ter que dividir minha herança com mais um! – Bati em seu ombro, ainda abraçada com ele, que gargalhou.
- Bobo!
- Quando vai contar pro pai?
- Eu não sei! – Voltei a me sentar.
Parei pra pensar naquele detalhe também e meu rosto se molhou em lágrimas. Mas depois de ganhar um abraço forte e duplo, eu sorri.
Meus filhos me disseram que Luan voltaria no outro dia. Fui lhe procurar depois de algumas horas que chegou.
Seus pais não estavam em casa, então a empregada atendeu a porta.
- O Luan está? – Ela me olhava meio sem jeito, atrapalhada.
- Está... – Entrei sem nem ao menos ser convidada. – Senhora... – Ela falava, enquanto eu subia as escadas rápido. – Ele não quer ser...Incomodado!
- Não importa! Pode deixar que eu me responsabilizo! – Ela ia dizer mais alguma coisa, mas eu não dei ouvidos e continuei meu caminho.
Ia bater na porta quando ouvi vozes, na verdade, sussurros.
Nem precisei ser vidente, ou ouvir a conversa, pra entender quem estava naquele quarto com ele e porque a empregada ficou tão estranha.
Eles riam muito e eu não agüentei, desci de novo as escadas e fui embora. Não chorei como de costume, mas pensei na minha vida pelo caminho, já que tinha ido a pé. Os anos que ele jogou fora, por uma qualquer. Se ele ainda me amava de verdade.
Dormir a tarde inteira, por estar morrendo de sono por conta da gravidez e acordei com vozes se aproximando do meu quarto.
- Pai...A mãe está dormindo, deixa ela descansar! –Eu escutava a voz do Rafael.
- Não sei por que ela anda tão cansada, já que não faz nada! – Aquilo me irritou.
- Por favor, pai! Não vai brigar com ela! – Abri a porta do quarto.
- O que você quer? – Cruzei os braços, enquanto o olhava.
Rafael nos olhou e desceu as escadas, Luan entrou no quarto.
- O que você foi fazer lá em casa hoje?
- Quem te contou?
- Não importa, fala logo.
- Você é um idiota mesmo! Também não te interessa!
- Se você foi falar comigo, com certeza me interessa.
- Ah, Luan! Me erra! Vai atrás da sua vadia! – Ele se aproximou de mim com raiva no olhar.
- Não fala assim dela! – Ele segurou no meu braço. – Então você viu...
- Eu falo daquela piranha do jeito que eu quiser e eu não precisei ver nada, eu ouvi!
- Ela não tem culpa que eu te larguei. Não tem culpa de ser melhor que você! – Aquilo foi como uma facada no meu coração.
- Você me largou? – Ri irônica. – Ah...Mas não é mesmo! – Eu não me afastava e também o encarava firme.  – Eu não fico dando em cima de homem casado, eu não sou vadia. Ela pode ser melhor na aparência, mas um dia ela vai ficar mais velha também, mas enquanto isso não acontece, ela brinca contigo...Te dar o culpe!
- Você que pensa!
- (risos) Burro! – Gritei. – Você deve ser muito apaixonado por mim mesmo, porque sabe que eu reparei que ela é igual a mim, quando era mais nova. No jeito, aparência...
- Onde você viu ela?
- Um dia que estava andando pelo condomínio com sua irmã. Sabe de uma coisa? Eu não me importo mais com isso, não me importo mais com você. Vai ver que tudo isso que estou falando é verdade, vai ser tarde e eu vou ri da sua cara!
- Isso é inveja, porque ela é mais nova, mais bonita e me quer! – Ele gritou.
- Inveja? – Eu ri. – Também tem homens mais novos que me querem, sabia? Ou você pensa que nenhum já deu em cima de mim, quando ia até no mercado? Que nenhum me quis naquela balada que eu fui? – Eu gritava também, já vermelha de raiva.
Respirava acelerado e tudo que eu menos queria, aconteceu, eu chorei na frente dele.
Meus filhos invadiram o quarto e eu me sentei já soluçando na cama.
Pensei que era do soluço, mas quando eu percebi que a dor que eu sentia na barriga ficou mais forte, coloquei a mão na mesma e gemi.
Eles correram para perto de mim.
- Mãe...Tá tudo bem?
- Ai...
- Liga pro médico rápido, Miguel! – Rafael, falava aflito.
- Isso é exagero...Pra que médico? A mãe de vocês é muito dramática. – Luan dizia.
- Para de falar merda, pai! – Ele se levantou do meu lado e encarou o pai. – Já não basta tudo que fez? Eu mudei pelo senhor, pelo exemplo que me dava e agora? Fez a pior burrada que podia e minha mãe, ainda tá grávida! – Ele gritou por último.
Luan me olhou perplexo. 

sábado, 26 de abril de 2014

Capítulo 113


*

Estava em um quarto de hotel, quando Rober chegou, com uma cara não muito boa.
- O que foi? – Já perguntei.
- Eu não sei como te falar isso...
- O que? – Me sentei na cama.
- Eu...Vi a Sara beijando outro homem.
- Hã?
- É isso mesmo. Vi ela beijando outro homem, na porta do elevador do meu prédio.
                                                      - Para de brincadeira, boi!      
- Não estou brincando, Luan! Eu juro que eu vi e era ela!
- Não acredito, cara! – Me joguei para trás.
- Eu disse, não foi? Ela deve mesmo estar desconfiada de algo e já resolveu dar o troco. Me desculpa, eu não penso nada disso dela, mas ela está certa.
- Eu não acredito, eu vou matar ela!
- Vai matar nada! Quem começou com essa palhaçada toda foi você, Luan!
- Me deixa sozinho?
- Só pensa no que eu ando te dizendo. – Ele saiu do quarto.
Voltei no outro dia para casa, disposto a tirar aquela história a limpo com Sara.
Meu sangue fervia mais que no dia anterior. Eu, me esforçando para não cair na tentação da outra mulher, enquanto ela vai pra balada e se diverte com outro nas minhas costas.
Antes de chegar em casa, Rober me contou mais um detalhe que eu fiquei surpreso mais uma vez. Era o marido da Rosana, que estava com Sara. Eu poderia pensar tudo, menos isso.
Quando cheguei em casa, as duas conversavam na sala e eu fiquei ainda mais com raiva, se é que aquilo era possível.
- Sara...A gente precisa conversar! – Disparei.
- Depois conversamos! – Ela disse fria.
- Mas é preciso! – Fiquei firme.
- Já disse que agora não, Luan!
- Então quer aqui mesmo? Ótimo! Você já contou para sua amiga, que está ai do seu lado, que anda beijando o marido dela.
- O que? – Ela se levantou.
- É isso mesmo, Sara! Você me traiu com o Felipe, eu fiquei sabendo de tudo!
- Isso é verdade, Sara? – Rosana se levantou.
- Amiga...Vamos conversar e você vai entender tudo. Eu fui conversar com ele,como você me pediu e ele me agarrou, se declarou. Meu Deus! – Ela passou a mão no cabelo, completamente nervosa.
Rosana saiu dali correndo e quando Sara passava por mim, para ir atrás dela, segurei seu braço.
- Ainda não terminamos.
- E quer acabar com mais o que? Com o nosso casamento? Você já vem fazendo isso há meses. E acabou de fazer isso com a minha amizade. Não foi desse jeito que você contou. Você não sabe de nada! Não tem esse direito! – Ela me encarou, já vermelha de raiva.
- A gente precisa de uma conversa há tempos.
- Quer saber, Luan? Eu jurei isso pra mim mesma e vou cumprir... – Ela fechou os olhos e suspirou. – Quero que você vai pro inferno, que você se dane! Quer terminar tudo? Ótimo! Vai correr atrás de uma piranha qualquer, que só quer aparecer a suas custas e depois vai te largar, quando conseguir o que quiser, até um filho, quem sabe. Seu trouxa!
Você é um babaca! – Ela gritou por fim e eu me assustei.
Sara subiu correndo e chorando para o quarto e eu me joguei no sofá.

*
Luan resolveu ir passar alguns dias na casa de seus pais , ou até mesmo o resto da vida.
Fiquei chorando dentro do quarto por uma semana e só me alimentava um pouco, quando meus filhos me obrigavam. Eles estavam visivelmente assustados com tudo.
Diziam a todo momento, que a última coisa da vida deles que queriam, era que eu e Luan nos separássemos, me fazendo chorar ainda mais.
Me surpreendi com uma visita, em certa noite.
- Sara... – Rosana, entrou no meu quarto junto de Ana e Bruna.
Me sentei na cama e esperei que elas entrassem e se sentassem também.
- Rosana? Vamos conversar? Por favor! Me ouvi! – Eu insistia, já com lágrimas nos olhos.
- Eu já entendi tudo...A Bruna e Ana me procuraram, não sei como, mas conseguiram a gravação de tudo e eu vi o que realmente aconteceu. Tudo que Felipe te disse. – Ela suspirou.
- Como? – Olhei para as outras duas.
- A Bruna lembrou que o Rober morava lá e ele pediu ao síndico as gravações da câmera do corredor do prédio do Felipe e de dentro, daquele dia.
- Ele deu fácil assim?
- Eles se conhecem há bastante tempo. – Bruna deu de ombros.
- Você entendeu de verdade? – Voltei a olhar para Rosana.
- Entendi...Claro que entendi! – Ela sorriu e se aproximou para me abraçar. – Já falamos tudo isso para o Luan também e até mostramos as gravações.
- Que se dane o Luan! – Falei com raiva. – Ele se fez de coitado, mas ele que não é santo desse jeito! Conheceu uma garota novinha e tá confuso, no mundo da lua. Duvido se não sonha com ela, se não sonho em me trair com ela...Isso pra mim, já é uma traição, só de pensar!
- Você não me disse isso, Sara! – Bruna falou.
- Me desculpa! Eu só disse pra Ana. Eu tô muito mal! – Elas se aproximaram e me deram um abraço triplo, ótimo.
Acordei no outro dia passando um mal terrível.
Estava com dor de cabeça, tomei um banho, um remédio e volteia  dormir.
Só acordei com batidas na porta.
- Mãe! Já estava preocupado! – Miguel entrou no meu quarto.
- Fica tranqüilo, meu amor! Só acordei um pouco mal hoje!  - Fiz careta.
- Quer remédio?
- Já tomei, obrigada!
- Já comeu?
- Não...Que horas são?
- Como não? Já são três horas da tarde, mãe! Vou pegar alguma coisa pra senhora comer. – E antes mesmo que eu pudesse responder, ele saiu correndo.
Me trouxe um prato farto de comida e na primeira garfada que dei, sai correndo pro banheiro e coloquei o que não tinha no estômago, para fora.
- Vamos pro hospital!
- Não precisa, meu filho...
- Claro que precisa! Se a senhora não for eu ligo pros meus avós! – Ele me olhou sério.
- Tudo bem, eu vou! – Me rendi.
Me vesti rápido e fomos com o motorista para o hospital.
Fiz a consulta e o médico me passou milhares de exames, que ficaram prontos em instantes mesmo.
- Nossa, que rápido! – Miguel dizia, quando nos chamaram para pegar o resultado.
- Muito!
- Eu pedi que fosse com urgência! – O médico, que vinha atrás de nós, nos assustou.
- Ah! É alguma coisa grave?
- Vamos entrando... – Nos sentamos e ele logo depois. – Então... Não é nada muito grave, mas vai ter que haver cuidados por conta da sua idade.
- Oi? – Não estava entendo nada.
- Você está grávida de três meses! – Arregalei os olhos, assim como o meu filho.