Em um dia comum, pedi
que a babá fosse levar Nicole para dar um passeio na praça do condomínio, e
assim ela fez.
Tomei um banho, tomei
meu café da manhã e fui atrás delas. Apesar de confiar bastante na menina, que
era super do bem, eu gostava sempre de estar por perto da minha filha, claro.
Assim que cheguei,
não acreditei no que vi.
A tal da Karine, que
o Luan tinha se envolvido, estava com a minha filha no colo. Corri até onde
estavam.
- O que você tá
fazendo aqui ? Não toca na minha filha!
- Nossa...Como você é
antipática, eu só quero pegar um pouco ela. – Tirei Nicole de seu colo a força.
- Nunca mais encosta
essas mãos imundas nela. Não deixa nenhum estranho pegar ela! – Me virei para a
babá, que assentiu assustada.
- Me desculpa, dona
Sara. A Karine é minha irmã...
- Sua irmã ? – Me
assustei.
- É...Inclusive, foi
ela que me indicou esse emprego. Eu não sei o que houve, nem sabia que se
conheciam, mas isso não vai mais acontecer. – Eu vi que realmente ela estava
perdida e sendo sincera. – Não me demite. Eu preciso do emprego!
- Pode ficar tranqüila,
eu confio em você. Não vou te demitir.
- Quer saber de uma
coisa, Sara? Eu quero é que sua filha morra! – Karine falava, enquanto eu
colocava Nicole no berço, que por sorte não acordou com a agitação.
Eu não disse nada,
apenas lhe dei um tapa no rosto.
- Esquece que eu
existo...
- Sara... – Escutamos
uma voz.
Luan veio até nós,
nos olhando confuso. – O que você tá fazendo aqui, Karine?
- Vim aqui ver sua
filhinha...Horrível por sinal! – Ela riu descontroladamente.
- Você tem problema!
– Ela realmente parecia uma louca.
- Karine, dá onde
você conhece eles? O que está acontecendo? – Sua irmã, falava aflita.
- Depois eu te conto
tudo! – Eu lhe disse. – Só acho que sua irmã é louca, procura uma clínica pra
ela, sério. Que suma da minha vida!
- Não sumo! – Ela
disse.
- Garota...Você quer
o Luan? Quer dá o golpe nele? Olha ele aqui... – Empurrei Luan para cima dela.
– Todo seu! – Comecei a empurrar o carrinho da minha filha e voltei para casa.
Expliquei a história
de Karine para sua irmã, que se desculpou muito comigo e disse que realmente
ela tinha um distúrbio, que tomava remédio, mas que de vez enquanto ela não
aceitava que tinha problema e parava com tudo, o que só piorava sua situação.
Ela ligou para sua
mãe, que na mesma hora, disse que iria sim arrumar uma clínica para ela.
Luan chegou depois de
algum tempo.
- Eu quero ficar com
você! – Ele dizia, enquanto se sentava do meu lado do sofá.
- Luan...
- Não vem com
história, Sara. Eu te quero de novo! Nascemos um para o outro! – Não respondi
nada, enquanto ele me encarava. – Posso te fazer uma proposta? – Assenti. –
Vamos viajar? Todo mundo junto, eu você, Miguel, Rafael e Nicole!
- Eu não sei.
- Por favor! Tenho
certeza que não vai se arrepender.
- E pra onde pretende
nos levar?
- Nossa, eu ando
pensando muito nisso. Acho...Você prefere ir pra onde?
- Qualquer lugar.
Estou sentindo falta de viajar mesmo.
- Caribe?
- De novo? – Ri.
Íamos quase todo ano para lá.
- (risos) A gente
sempre vai pra lá, mas lembra que nossos melhores momentos em família foram lá. –
Sorri. Ele tinha razão.
- Tudo bem! Eu acho
justo a Nicole ir para lá pela primeira vez.
- E ainda vai ir
todos os anos... – Não respondi.
Então marcamos a tal
viagem.
Não sei por que, mas
sentia que aquela viagem seria uma boa para todos.
O tal dia chegou e os
meus filhos estavam muito animados.
Nossos dias no
Caribe, foram ótimos. Como Luan mesmo disse, foram os melhores, ainda mais com
a nova integrante da família, que com seus cinco meses, adorou andar de avião e
tomar banho de mar pela primeira vez.
- É tão boa essa
sensação! Me sinto mais jovem, por estar vendo ela fazendo tudo pela primeira
vez, como na primeira vez que engravidei. – Ri.
Estávamos na praia.
- Você é jovem, mãe.
Já te disse! Quem ver assim, pensa que tem uns cem anos. – Fiz careta e Miguel
riu.
- É a mãe mais linda
também. Mesmo com isso tudo de filhos, os homens não param de te olhar. –
Rafael olhou para os lados e riu.
- Vocês puxam muito
meu saco, viu?
- É sério, mãe.
Ninguém diz que é nossa mãe...
- Vocês já estão
muito velhos também. – Rimos.
Passeamos muito
naquele dia, experimentamos várias comidas novas e deliciosas.
Claro que Luan não
perdeu a oportunidade de me levar para um jantar romântico, que eu amei.
Voltamos para o
Brasil e naquele dia, eu parei para pensar em tudo, se valia mesmo a pena ficar
separada dele, longe do único homem que eu amei de verdade na vida, que eu era
fã, que eu lutei para chegar perto dele, que eu cometi loucuras por apenas um
beijo.
Liguei para ele já de
noite e pedi que fosse até nossa casa.
Meus filhos foram
para a casa dos avós e levaram Nicole junto, já sabia que queriam que eu
ficasse sozinha com Luan.
Preparei um jantar
para nós e até seu doce predileto.
Não demorou muito
para eu ouvir a porta se abrir e ele entrar, lindo, sorridente e cheiroso.
Seu cheiro! Nunca
mudou, era o mesmo de sempre, suave, porém, forte e marcante.