domingo, 20 de abril de 2014

Capítulo 107


- Como assim levaram meu filho? – Comecei a chorar.
- Nós não sabemos se é ele mesmo...Vão pro hotel e vamos ficar aqui, até sabermos noticias dele.
- Eu não vou pra lugar nenhum!
- Sara, calma! Vamos pro hotel!
- Luan! É nosso filho!
- Eu sei disso, mas não adianta ficar assim.
- Você não tá se importando?
- Não fala merda! É claro que eu estou. Vamos pro hotel esperar noticias...Vamos?- Fechei os olhos e chorei com força dessa vez.
Senti duas mãos em volta da minha cintura e abri os olhos, e retribui o abraço que Luan me dava.
Fomos até a van daquele jeito e eu não conseguia acreditar em nada daquilo, só sabia chorar.
Esperamos a noite inteira naquele hotel, aquele quarto estava tenso e angustiante de ficar lá dentro. Sorte que Miguel fez Ricardo dormir rápido e longe dali.
Roberval e o resto do pessoal da produção, chegaram já seis horas da manhã.
- Me diz que encontraram ele. – Eu disse baixo.
- Não...Foi ele mesmo. Vimos as câmeras. – Eu voltei a chorar, como na madrugada inteira.
No fundo, eu já tinha essa certeza.
- Como os seguranças de lá não viram? Como o que viu não interferiu? Como? – Eu quase gritava, enquanto Luan me apertava.
- Só tinha um e ele não estava armado, ficou com medo...
- Com medo? Um segurança com medo e sem armas ? Se os bandidos ficassem sabendo disso, já estávamos todos mortos, então?
- Também não é pra tanto. Calma, amor!
- Luan...- Eu não tinha mais forças pra nada.
Só sei que aos poucos todos foram saindo do quarto e só restou eu e Luan.
Depois bateram na porta e ele me trouxe uma xícara. Era um chá, que eu bebi com muita insistência e já me senti mole. - Não acredito que tinha calmante, aqui! – Foi a última coisa que eu disse, antes de apagar.

*

Eu estava atordoado, nervoso, eu não sabia o que pensar, se chorava. Só de um sentimento que eu tinha certeza : Culpa.
Se eu não viesse tratando meu filho dessa forma, se eu não tivesse brigado com ele naquele camarim, nada disso teria acontecido.
Sara estava tão nervosa, que eu pisquei para Rober assim que ele saiu e ele entendeu.
Quando todos saíram do quarto, me trouxe um chá com um calmante e eu lhe dei, ela não queria, mas eu consegui que bebesse. Dormiu na hora.
Me deitei do lado dela e permitir que as lágrimas descessem devagar, enquanto alisava seus cabelos.
Me levantei depois de algumas horas de ter tirado um cochilo. Tomei um banho frio e fui para o quarto do Rober, onde todos da produção ainda estavam reunidos, empenhados em achar Rafael.
- Obrigado por tudo que estão fazendo! – Eu os agradeci.
- Não precisa...Você sabe que além de tudo é nosso amigo.
- Eu tô me sentindo tão culpado, cara.
- Não fica assim! Filhos e pais brigam e se eles estavam marcando o Rafael, iriam fazer isso em qualquer lugar, qualquer dia e hora.
- Eu não sei! – Suspirei e encarei o chão.
Quando deu meio dia, Sara entrou no quarto, com o rosto inchado de chorar e dormir. Se sentou do meu lado e eu lhe abracei. Parecia que nem lágrimas não tinham mais para chorar.
Pedi um almoço no quarto e fiz questão que todos comessem, inclusive ela, que como sempre, resistiu.
Eu estava me mostrando calmo, mas só por fora. Era o meu filho que estava na mão de sei lá quem, fazendo sei lá o que.
Bruna e Leonardo, foram se despedir, já que teriam que trabalhar, mas muito preocupados também. Disse que avisaria nossos pais do acontecimento.
No meio da tarde, resolvi que também voltaria para casa e já deixei claro, que só voltaria a fazer show, depois que meu filho reaparecesse.
Tomamos um banho assim que chegamos e nos deitamos na cama abraçados.
Escutei o telefone tocar na cabeceira da cama e me desgrudei de Sara para pegá-lo.
- Alô...
- Luan Santana? É com você mesmo que eu quero falar... – A pessoa riu, do outro lado da linha. Era um homem.
- Quem é?
- Então...Temos uma coisa aqui com a gente que te pertence. – Me sentei na cama rápido e Sara também, já parecia prever tudo.
- O que vocês querem?
- (risos) Já sabe então que é seu querido filho ? Queremos uma quantia de dois bilhões e sair sem sermos atingidos por ninguém.
- Esquece, cara...Ele não vai topar, ele não vai trocar o dinheiro dele por mim. Me mata de uma vez que vocês ganham mais! – Escutei a voz de Rafael no fundo.
Meu coração se partiu em pedaços com suas palavras.
Será que era isso mesmo que eu aparentava para ele? Que só me importava com a fama, o dinheiro? Será que eu era tão rude e o tratava tão mal assim?
Fechei os olhos e as lágrimas escorreram.
- É claro que eu topo! É meu filho...Eu topo qualquer coisa. – Eu finalmente disse.
- Olha...Então vamos fazer assim. Vou te passar um sms, te falando o endereço que vamos nos encontrar. Levarei seu filho e você o dinheiro. Sem polícia ouviu, cantor? Ou eu mato ele!
- Sem polícias...Eu já entendi!
- Ótimo! Passar bem! – Ele riu, antes de desligar.
Dessa vez, eu que chorei e quem me abraçou foi Sara.
- Eu tô com fé que vai ficar tudo bem, meu amor! – Ela sussurrava.
- Eu também tenho muita! Você ouviu o que ele disse? Ele falou que eu não trocaria dinheiro por ele. Você acha que eu sou um pai tão ruim assim, como ele disse no camarim? – Minha voz saia falha.
- Claro que não, meu amor! Você estava com raiva mas passou, e ele ainda está, por ter dito isso agora. – Voltei a abraçar ela.
Conseguimos dormir mais uma noite, por um milagre.
No outro dia, acordamos bem cedo e todos começaram a chegar em casa. Inclusive nossos pais, que também estavam bem assustados.
Contei da ligação que tinha recebido e liguei para o meu escritório para providenciar o dinheiro que eles queriam. Já iriam sacar.
- Temos que ligar pra polícia! – Rober, disse.
- Não...E se eles fizerem mesmo alguma coisa com o Rafael ? – Sara disse.
- A gente vai tomar cuidado, mas temos que ligar. – Não falamos mais nada.
Logo a polícia já estava na minha casa e colocamos rastreadores nos telefones, para caso ligassem antes de nos encontrarmos, mas não ligaram.
Fui na frente, sozinho, no horário combinado, a um endereço de um pequeno bairro, bem longe da capital, tinha uma pequena praça do lado, mas ainda sim moradores.
Os policias se esconderam bem e não dava para vê-los.
Vi um carro preto, encostando do lado do meu e logo um homem saindo de dentro dele. Nunca tinha o visto na vida, mas tinha cara de gente ruim.
- Está aqui o dinheiro, cadê o meu filho? – Eu já logo disse.
- Calma! Me dá primeiro o dinheiro e depois te dou o seu filho.
- Cadê ele?
- Tá bom...Ele está dentro daquela casa amarrado. – Olhei uma casa velha.
Lhe entreguei a maleta com o dinheiro e corri para casa, que só tinha um cômodo e não tinha ninguém naquele cômodo. – Você acha mesmo que eu sou otário, cantor? – E o carro saiu cantando pneus.
Comecei a chorar e logo a polícia bateu atrás, que como disseram, não eram otários e já desconfiavam da armação.
Eu só queria achar o meu filho, tinha prometido a Sara que o levaria para casa naquele dia, mas não teve jeito.
Cheguei em casa sozinho e atormentado, não sei nem como consegui dirigir tanto.

5 comentários:

  1. ain mds e agora?
    o q vai acontecer com o Rafa?
    mds manu maissssssss
    tenso x:
    @lightlrds

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  2. Eu ja disse que vou te matar dona Manoela... QUERO O RAFA DE VOLTAAAA...

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  3. Muié eu quero te matar sabia? kkkkkkkk cont e ache o rafa pf
    @_vick_brito

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  4. Ai senhooorr, e agora?? Tadinho do Luan, o que será que vão fazer com o Rafael?? Curiosidade a milhões aqui.. >.<

    Primeira vez comentando aqui Manu.. rsrsrs . Pq leio pelo cel, e é meio difícil comentar por lá, mas sempre que puder irei comentar, bjuuuusss..
    Ah,e por favor continua?! Pleaaaseeee ..

    Samya Souza

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  5. Ai meu Deus to com medo de acontecer alguma coisa com o Rafa :/
    Continuaa logoo

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