Capítulo 103

Naquele mesmo dia, só me disse que dormiria na casa de seus pais e foi assim, durante seus sete dias de folga.

Eu chorava toda noite e realmente pensava que aquele era o fim do meu casamento.

Ele voltou a fazer seus shows e só passou em casa para se despedir dos meninos, na hora do meu trabalho. Fiquei muito chateada.

Depois de muito tempo, ele foi fazer show sem se despedir de mim. Tinha muito tempo que aquilo não acontecia.

No meio da semana, recebi um sms do Rober me perguntando se eu não podia ir para uma premiação com o Luan, em que ele estava concorrendo. Confesso que não queria.

Demorei para responder e ele me ligou.

- Oi...

- Vai vir? É amanhã e pode trazer os gêmeos, eu, Marlinha e Kari, cuidamos deles. – Ele riu.

- Não é essa minha preocupação. Sei que vão cuidar muito bem deles!

- Então é o que?

- Não sei... – Suspirei.

- Olha...Se eu fosse você vinha, porque o evento é acompanhado e de todo jeito vamos ter que arrumar alguém para ir com ele e a Arleyde não está aqui.

- Então quem chamariam?

- Não sei...Temos uma amiga aqui de longa data.

- Que amiga?

- Acho que você não conhece. Tenho uma foto com ela no meu instagram de ontem...

- Posso pensar?

- Me liga em vinte minutos?

- Contados! – Me despedi dele.

Sentei suspirando no sofá e fui até o instagram do Rober.

Vi uma foto dele da noite passada, ele, Luan e uma loira muito bonita no meio dos dois. Confesso que quase enfartei de ciúmes. Eu não iria deixar de jeito nenhum ela ir no meu lugar, com o meu marido.

Aproveitei para passar no twitter rápido e vi que as fãs falavam de algo. Abri a página que comentavam e vi uma foto do Luan, com essa mesma loira, estavam jantando. Claro que Rober e o resto da equipe estavam presentes, mesmo assim eu me mordi de ciúmes.

Então postei uma foto minha e do Luan no instagram, com um “te amo” enorme, para provar que ele era meu.

As fãs comentavam coisas lindas nos comentários e pareciam ter sacado o que eu queria dizer.

Então liguei para Rober e confirmei minha presença.

No outro dia, eu parti para o Rio de Janeiro, com meus filhos e minha cunhada.

Fiquei conversando com o pessoal assim que cheguei, e Luan dava uma entrevista em algum lugar. Só nos vimos, depois que eu estava já pronta e ele também se aprontava.

- Tomou banho já? – Lhe perguntei.

- Tomei no quarto do Rober, estava atrasado e você estava no banheiro. – Ele arrumava seu cabelo, em outro espelho.

Logo as meninas apareceram para buscar meus filhos e eu me despedi deles. Desci com Luan para a van.

Assim que chegamos, tomei a iniciativa de pegar em sua mão e claro que ele não recusou.

Paramos para tirar muitas fotos e sermos entrevistados por vários programas de humor.

Nos sentamos em uma mesa e a premiação começou.

Como o previsto e Luan ganhou o que concorria. Voltou para onde eu tava, mas não se sentou, só cumprimentava e falava com algumas pessoas que paravam ali.

Assim que vi uma pessoa de longe, não acreditei e me levantei.

Eu nunca tinha a visto pessoalmente, mas guardei seu rosto por causa das fotos.

Era a tal “amiga” deles.

- O carolzinha... – Luan a chamou.

- Parabéns, Lu, meu amor! – Ela o abraçou apertado.

Ficaram conversando ali e esqueceram da vida, esqueceram de mim.

- Ah...Essa é minha esposa! – O Luan se lembrou e eu sorri irônica.

- Que linda! – Ela me olhava por completo, sem disfarçar.

- Obrigada! – Foi a única coisa que eu respondi.

Depois dali, a emissora preparou uma grande festa, uma balada para todos e pra lá nós seguimos.

O Luan conversava com a tal da Carol e nem olhava para o lado, nem olhava para mim. Não parecia fazer questão nem de saber onde eu estava.

Eu bebia meu drink sem álcool devagar, enquanto eles gargalhavam alto.

Tentei prestar a atenção no show que tinha ali no palco, mas não conseguia. Estava me sentindo muito mal com aquilo.

- Luan...Acho que já vou! – Cheguei perto dele pra falar.

- Vai lá! – Ele mal me olhou.

- Você fica?

- Vou ficar, vou ficar. – Suspirei.

Acenei para mulher e sorri forçado, antes de sair dali.

Perguntei para o segurança do estacionamento, onde ficava um ponto de táxi e ele me indicou.

O Luan não queria ir embora e eu que não voltaria lá dentro e pediria para ele, que seu motorista me levasse para o hotel.

Ele nem se importou, nem perguntou como eu iria, se eu queria que o motorista me levasse.

Caminhei devagar até o ponto de táxi, que por sorte não ficava longe dali.

Estava escuro, a lâmpada do poste piscava, me fazendo tremer de medo.

- Passa tudo! – Congelei quando ouvi aquilo.

Senti algo gelado encostar na minha nuca e fechei os olhos com força. – Tá surda, madame? Passa tudo... – E assim eu fiz.

Dei minha pequena bolsa para ele, que tinha meu celular e uma quantia razoável de dinheiro.

- É tudo que eu tenho. – Sussurrei.

- Claro que não! E essas jóias ai? Passa... – Eu tinha esquecido das jóias.

Tirei tudo rápido, com medo dele se irritar e atirar em mim.

- Pronto. – Coloquei tudo em sua mão e ele parou, me olhando, por um tempo e eu fiquei sem entender. – É tudo que eu tenho, moço. Não me mata, por favor, tenho dois filhos de menos de um ano pra criar! – Me desesperei e comecei a chorar.

- Não estava pensando em te matar. Dois, de menos de um ano? Está muito bem! – Ele riu de um jeito, que eu quase vomitei. – Sabe... – Ele se aproximou e eu andei para trás. – Até que você é bem gostosa!

- Não faz nada comigo... – Sussurrei.

Ele riu de novo.