Capítulo 110

*

O outro dia passou em família, já que todos foram almoçar em casa.

Ficamos sabendo também de duas ótimas notícias.

- Eu tô namorando, mãe!

- Eu também! – Meus filhos falavam e se olhavam estranho, nos fazendo rir.

- Estão é? Deixa eu adivinhar... – Fingir pensar.- Isabel e Mariane?

- Como sabe, mãe? – Miguel perguntou e olhou para seu irmão.

- Instinto de mãe! – Ri. – Podem trazê-las que eu adoro as duas!

- Olha, aproveitem, viu ? Porque é raro a mãe gostar das noras, principalmente se for ciumenta igual a de vocês! – Luan disse rindo.

- Que mentira, filhos! Minha mãe gosta mais do Luan do que de mim e eu também amo a mãe dele, não é? – Olhei para o resto da mesa, que riam e concordavam.

- Vamos marcar um almoço ou um jantar sim. – Eles concordaram.

Aquele dia se passou rápido.

(...)

Depois de um mês, tudo que tinha sido falado, estava sendo cumprido.

Luan tinha ficado um mês em casa e decidiu fazer cinco shows por mês, que ele dizia ser até muito. Tudo pedia opinião dos filhos, com medo de magoá-los, mas eles viam o quanto era apaixonado por seu trabalho e nunca o pediriam para abandonar tudo, se não, ele faria mesmo.

Os meninos só andavam com motorista e quando saiam para alguma balada, ou festa, levavam mil recomendações. Mas confesso que eu estava mais tranqüila, principalmente quanto a Rafael. Ele mudou muito depois daquele dia.

 Foi tudo uma grande lição para todos.

Passou a estudar mais, a dar mais valor pra Mariane, com quem estava namorando e muito feliz, a menina também era só felicidade. Passou a ser mais responsável. Era um outro Rafael, que eu confesso que gostava muito mais.

Ele e Miguel, levaram suas namoradas para almoçarem um dia conosco, Luan contava piadas para elas, fazia brincadeiras e até contava coisas de quando os dois eram pequenos e eles ficavam vermelhos de vergonha. Eu gargalhava de tudo.

Como eu pensei, eram as meninas que eu pedi a Deus para os meus filhos e Rafael, se ainda tivesse sem juízo naquela cabeça, entraria no eixo com a namorada, que era super comportada.

Eu e Luan, fomos convidados para uma pequena festa na casa do Fernando, ali mesmo no condomínio e os meninos, prefiram ficar com suas namoradas. Dei mil recomendações, antes de sair. Dizia não querer ser avó naquela idade, enquanto eles riam.

A casa estava lotada muito bem arrumada. Fomos cumprimentar os donos da casa e depois fomos falar com alguns amigos, que estavam ali.

Fui pegar um copo de água na cozinha, em uma hora, e quando fechei a geladeira e me virei, esbarrei em alguém.

- Me desculpa... – Eu dizia.

Conhecia  a pessoa de algum lugar.

- Eu que não te vi! – Ela sorria. – É...Sara?

- Sou eu. – Continuava sem reconhecer aquela mulher.

- É...Rosana. Ainda lembra de mim? – Ela riu fraco.

Sorri surpresa.

- Rosana? Meu Deus, quanto tempo! Claro que eu lembro! – Rimos e nos abraçamos.

- Muito tempo mesmo! Sempre vejo notícias suas em algum lugar.

- Sempre tem! E você? Como está?

- Me casei com o Felipe. – Ela sorriu. – Estou grávida de um mês!

- Sério? – Ela assentiu. – Você vai ver que isso é a melhor benção, que a gente tem!

- Já sinto isso, antes mesmo de nascer.

- Com o tempo só aumenta! É o primeiro?

- É...Eu estou anos tentando engravidar, mas estava com um probleminha, agora fiz o tratamento e consegui. Se Deus quiser vai até o final!

-Tenho certeza que ele quer ! – Voltamos a caminhar para onde todos estavam.

Luan conversava com Felipe e ficou surpreso em saber que era marido de Rosana, ele não o conheceu no dia do show que foram. Ele reconheceu ela, por um milagre.

Ficamos conversando e marcamos até um churrasco na nossa casa, para que conhecesse nossos filhos também.

Fomos embora só de madrugada e fechamos aquela noite com chave de ouro.

Acordei animada no outro dia e como peguei o número de Rosana, os chamei para irem para minha casa naquele dia mesmo e ela topou na hora.

Falei com os meninos, que logo ligaram para suas namoradas e fui até a cozinha, pedir Maria para que fizesse um almoço bem gostoso.

Logo eles chegaram e nós já fomos para área de fora, a churrasqueira já estava acesa.

- Linda a casa de vocês! Estamos querendo comprar uma aqui também.

- Nesse condomínio? Comprem sim, é muito bom! Vão amar! – Sorri.

Escutamos risadas e meus filhos iam de mãos dadas com suas namoradas em nossa direção.

- Esses que são seus filhos, Sara? Meu Deus! Que enormes, nem parecem seus!

- Meus bebês estão maiores que eu, você viu? – Ri.

- Mãe! – Rafael disse entre dentes.

- E lindos também! Cada um parece com um.

- Eu também acho! – Concordei. – Vão trocar de roupa, crianças. O sol tá quente e a piscina ta limpa!

- Já vamos! – Eles saíram.

Voltamos a conversar e comentei o que tinha acontecido há algumas semanas atrás.

- Eu fiquei sabendo pela TV.

- Passou, não é? Eu nem quis ver, nem revista...Nada.

- Fez bem! – Ela concordou. – As fãs do Luan que estão sempre do lado de vocês, né ?

- Umas fofas! – Sorri.

- Me lembro de quando me disse que era uma delas.

- (risos) Era sim! – E assim o assunto rendeu.

Os meninos voltaram para piscina e enquanto a carne não saia, entramos também.

Luan e Felipe entraram em um jogo de vôlei com eles, que nos fez rir.

- Meu Deus, que dor nas costas! – Luan se aproximou reclamando. – Isso é a idade, amor ? – Ele me olhou e fez careta.

- É, amor! – Ri.

- Também acho que é, pai! – Miguel, disse.

- Poxa!

- Não acho, tio Luan. O senhor ainda é muito novo! – Isabel, disse.

- Nossa, vem aqui que eu vou te dar um beijo! A única que me entende! – Ele abraçou ela, nos fazendo rir.

A semana se passou e no meio dela, recebi uma ligação que me deixou muito feliz.

Era Ana, minha amiga querida que eu não via há um ano. Tinha ido trabalhar fora do país e Eduardo, tinha aberto um escritório em Los Angeles também.

Eles estavam voltando e se casariam, finalmente.

Depois de anos de namoro. Ficaram dois anos separados, sofrendo, mas não teve jeito e voltaram. Nasceram um para o outro.

Eu brincava com os dois, dizendo que não sabia o porquê de tanta enrolação para o casamento.