Capítulo 35

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Recebi um telefonema da Bruna e não acreditei quando ela disse que Sara tinha desistido de se casar, confesso que não escondi a felicidade.

- Você está feliz ? Você que fez a merda toda... – Ela dizia indignada.

- Estou, Bruna, não vou mentir. Eu amo ela !

- Tudo bem, eu acredito em você. Mas agora estamos preocupados com ela, que saiu com o motorista e não sabemos onde está.

- Já ligaram?

- Já, mas ela só atendeu a Ana e disse que estava em um bar. Estamos preocupados.

- Em um bar?

- É...

- Eu vou procurar, qualquer coisa eu te ligo.

- Mas você? Manda o Rober.

- Eu sei o que faço, Bruna. – Desliguei correndo e liguei para o meu segurança, Gutão e Rober, que logo estavam em minha casa.

- Você é doido, cara. – Guto falava, já estávamos no carro.

- Não sou, ela largou ele por mim. É o mínimo que eu posso fazer.

- Você não pode sair assim e quem te garante que ela largou ele por você ?

- Eu garanto ! – Voltei a olhar pela janela, a procura de um bar.

Achei um que estava vazio por fora, mas sabia que Sara estava lá, quando vi um carro chique parado na porta e um senhor, vestido de motorista.

- Para o carro, Well. Ela está ali, me esperem aqui !

- Você tá doido ? Nós vamos até lá e vamos ver se ela está ali, você que vai esperar aqui.

- Não...Eu vou lá e não quero discutir com vocês. Não tem ninguém aqui !

- Você não sabe quem está lá dentro.

- Fiquem aqui, se eu demorar entrem.

- Luan...

- Fiquem de olho ! – Saí rápido e escutei o suspiro dos três.

- Se você voltar em pedaços, e eu perder o meu emprego, acabo de te matar ! – Rober gritou e eu assenti.

Fui até o senhor primeiro.

- Oi...Você é o motorista da Sara?

- Graças a Deus ! Conhece ela ?

- Claro que sim, ela está aí?

- Está sim, eu estou tentando ligar pro pai dela, mas só dá desligado e é o único número que eu tenho aqui. Ela não quer me dar o celular dela. – Fiz careta.

- Já estão ai há muito tempo?

- Um pouco, senhor.

- Tem muita gente ai dentro?

- Não...Só uns homens. – Ergui uma sobrancelha.

- Homens? Vou lá buscar ela e vou levá-la. Pode ir embora e obrigado por tudo.

- Sim, senhor.

Entrei naquele lugar e rodei meus olhos pelo mesmo, que pararam em uma só mesa, a única que tinha pessoas. Estava, Sara e mais uns três homens, bombados, que mandavam ela beber coisas terríveis e ela obedecia, já estava visivelmente bêbada. Ria alto com eles, que já começavam a se aproveitar, falavam em seu ouvido e passavam as mãos por suas pernas, mesmo cobertas por um vestido gigante.

- Sara?  - A chamei e todos pararam de falar, para me olhar.

- Luan? – Ela falava meio embolado.

Estava com uma maquiagem preta e completamente borrada, a coroa de seus cabelos, já caia e eles estavam totalmente bagunçados e seu vestido tomara que caia, já estava quase caindo mesmo, mas ainda não mostrava nada.

- O que você está fazendo aqui ? Vem comigo... – A puxei e ela se levantou, mas quase caiu e se apoiou em meu ombro.

- Ah ! Para de estragar nossa felicidade, cara. – Um homem disse e eu o olhei sério.

- Vamos embora ! – Me virei para Sara. – Amigo, quanto ela deve ? – Parei o dono do bar, que levava mais bebidas e ele me deu sua conta. – Ela bebeu isso tudo?

- Foi.

- Nossa ! – Sentei Sara mais uma vez e tirei o cartão de crédito da carteira, depois de pagar a levantei de novo.

- Deixa ela aqui... – Os homens resmungavam.

- Eu tenho que ir, gente. Foi por ele que eu fugi da igreja, como contei. – Agora Sara quem falava sorrindo.

- Ah ! Entendi...Ele é o cantor, então ? Se deu bem, em, rico e famoso. – Franzi a sobrancelha e saí puxando Sara de lá.

Entramos no carro e os meninos estavam tão assustados quanto eu.

- Nossa...- Rober foi o primeiro a falar.

- Eu vou matar você, Sara. Custava ter ido me procurar ? – Bufei. – Vamos pro hotel que estão! – Disse e logo Rober pegou seu telefone e ligou para reservar mais um quarto.

Fomos em silêncio o caminho inteiro e quando chegamos no estacionamento do hotel , Sara dormia ao meu lado.

- Ainda dormiu... – Guto riu.

- Vou ter que levar ela no colo...Ôh, senhor ! – Reclamei.

- Agora agüenta, Luan. Você não queria ela ? Fique com ela e seus problemas.

- Mas esse problema quem causou foi eu, então nada mais justo do que eu pagar por isso.

- Tá apaixonado mesmo ! – Eles saíram rindo, enquanto eu pegava Sara no colo, com dificuldade. Ela dormia feito pedra.

A minha sorte que não entrou ninguém naquele elevador, não iria ser legal verem aquela cena.

Tirei seu vestido e nem acordei ela para tomar banho, dava para fazer isso depois.

A coloquei na minha cama e fui procurar o meu celular.

- Bruna ?

- Oi, Pi.

- Eu achei a Sara e já está tudo bem !

- Sério ? Nossa, que alívio !

- Avisa o pessoal...

- Vou fazer isso, mas onde ela está?

- Aqui comigo, no hotel que os meninos estão, achei melhor.

- Eu não posso falar isso.

- Eu sei que não. – Parei pra pensar. – Onde você está?

- Com a Ana, no hotel que ela se mudou, já que não quer ficar lá em casa e nem na casa da Sara, que agora não é mais da Sara.

- Entendi. Liga pra mãe dela e fala que ela está com vocês.

- Mas vão querer vir ver ela.

- Fala que ela não quer ver ninguém e está dormindo de tão bêbada, o que não é mentira. – Fiz careta e a olhei na cama, de lingerie e toda espalhada.

- Ela estava muito bêbada?

- Muito ! E bebendo com homens, ainda.

- Não acredito !

- Acredite...Mas está tudo bem e eu nem vou brigar com ela. Como já disse para os meninos, a culpa disso é toda minha.

- Está bem, eu vou fazer isso. Amanhã vamos pra ir ver ela.

- Venham sim ! – Me despedi da minha irmã e liguei para a recepção, precisava comer alguma coisa.

Tomei um banho depois e me sentei na pequena sala daquela suíte enorme, enquanto via tv e comia.