- Meu Deus! – Foi a
única coisa que eu exclamei.
Até eu cair na real,
que Luan ainda continuava no palco, quando Well passou correndo do meu lado.
Eles voltaram
correndo e o pessoal da banda também correram, por trás. As cortinas se fecharam
rapidamente.
- O que foi isso? –
Luan dizia nervoso.
- Eu não sei... – Era
tudo que seu segurança conseguia responder.
- As fãs, meu Deus! –
Eu exclamei.
- Que não atinja em
nenhuma delas. – Rosana disse.
- Nem brinca com
isso! – Luan a olhou com os olhos arregalados.
Fomos para o camarim
e eu e Luan ainda estávamos em estado de choque, aliás, todos estavam, só que
já conseguiam conversar normalmente, menos nós.
Depois de horas ali
dentro daquele camarim, finalmente tudo já tinha acabado e a polícia já estava
no local. Podíamos voltar para o hotel.
- To com medo agora.
– Travei e parei de andar, enquanto todos saiam.
- Não precisa...Vem ,
amor!
- Luan, e se...
- Fica calma! Vamos? –
Ele estendeu sua mão e eu a peguei.
O abracei pela
cintura e ele envolveu seus braços em torno dos meus, eu estava muito
assustada.
Fomos daquele jeito
até a van, assim que nos sentamos, senti os labios do Luan na minha cabeça,
deixando um beijo por ali.
- Como isso foi
acontecer, meu Deus? – Disse.
- Eu não sei, mas
isso foi pela falta de segurança e pela falta dos equipamentos que pedimos.
Dectores de metal e os seguranças revistando na entrada. – Wellington, dizia
nervoso, no banco da frente da van.
- Será? – Eu disse.
- Certeza! Mas isso
tá no contrato. Amanhã voltaremos aqui e nos resolveremos, eles vão escutar. –
Ele dizia tão bravo, que realmente me dava medo.
Voltei a abraçar Luan
e a me calar, o resto do caminho.
Assim que descemos da
van, aquele mesmo grupo de fãs estavam ali, como o meu prometido, que eu já nem
lembrava mais naquela altura do campeonato.
Não sabia nem como
tinham conseguido fugir do tumulto que estava no local do show e na cidade,
para conseguirem chegar primeiro que nós.
- Vocês foram pro
show? – Tirei minha dúvida , assim que desci.
- Fomos! – Nossa.
Pensei.
Assim que Luan
desceu, eu já não era mais o centro das atenções.
Ele ainda não estava
bem, mas mesmo assim sorria e atendia e falava com todas.
- Gente, não vai dar
pra tirar foto nem abraçar. O show foi tenso e o Luan vai descansar. –
Wellington, dizia.
Antes as meninas, que
prendiam a emoção, que seguravam para não chorar, soltaram o choro de vez. E
começaram a falar todas de uma vez só, o que irritou o segurança ainda mais.
- Se acalmem! – Eu
falei mais alto. – Eu prometi e vou cumprir! O Luan vai atender a todas
direito. – Eu passei por cima das ordens dele e podia ter a certeza, de que
estava furioso comigo. Mas eu tinha prometido, teria que cumprir.
Luan nada dizia,
apenas nos observava, dava para ver que ele estava morrendo de cansaço e até
mesmo sono, já naquela hora, mas eu tinha que cumprir com o combinado.
- Ele está muito
cansado, Sara!
- Eu sei, Well. As
meninas também sabem, por isso vão colaborar, fazer a fila direitinha, não vão
gritar, não vão fazer tumultos, pra ser mais rápido, porque o Luan precisa de
uma cama. – Eu olhei para elas, que assentiram com a cabeça, na mesma hora.
Luan sorriu.
Então assim foi
feito, fizeram tudo direito, cumpriram com tudo que falei. Era só conversar,
que tudo dava certo com elas.
- Lu...- Uma delas
disse, quando Luan dava o autógrafo a última meninas.
- Oi? – Ele não a
olhava.
- A Maria Luiza, a fã
que estava aqui cedo com a gente. Você não viu, mas a Sara viu...
- Quem era? – Perguntei.
- A última que falou
com você. Lembra?
- Claro que lembro!
Ela disse que estava realizando o sonho de vocês! – Sorri.
- Ela mesma! – Ela
também sorriu, mas seu sorriso se desfez.
– E por que ela não
está aqui com vocês agora? – Perguntei.
- Ela...Levou um tiro
no show! – Luan parou o que fazia e eu lhe olhei com os arregalados.
- Você tá falando
sério?
- Eu nunca brincaria
com isso, Sara! Ela estava longe da gente, combinamos de nos encontrar só
aqui. Eu vi ela lá no chão, vi o pai dela, que estava com ela, desesperado. –
Ela começou a chorar.
- Meu Deus! – Aquela
era a minha frase da noite.
- E....Mais alguém se
machucou?
- Graças a Deus não.
A Malu, foi a única que foi atingida.
- Você tem certeza ?
- Tenho sim!
Procuramos saber tudo.
- Sabem onde ela está
agora? Em que hospital? – Dessa vez, Luan perguntou.
- Sei sim! – Ela
tirou um papel do bolso. – Aqui o endereço. – Ela o entregou.
Suspirei alto.
Well dessa vez no
interferiu e não teve jeito, tivemos mesmo que ir para o quarto.
Luan tomou um banho
primeiro, enquanto eu pedia alguma comida. Assim que ele saiu, eu entrei no
banheiro.
A campainha do quarto
tocou, quando eu penteava os cabelos.
- Vamos comer!
- Tô sem fome! – Luan
disse.
- Vamos, amor. Você
não comeu quase nada antes do show.
- Não desce nada! –
Ele dizia, com as mãos no rosto.
- Eu sei como está se
sentindo, eu também me sinto assim, mas...Você tem que comer!
- Não consigo
mesmo...
- Tenho certeza que
ela está bem. – Me sentei do seu lado na cama e apoiei uma de minhas mãos em
seu ombro.
- Eu não tenho
certeza de mais nada. Queria... – Ele parou de falar.
- Queria o que ? –
Ele não me respondeu. – Ir ver ela ? Você queria isso?
- Pra falar a
verdade... Eu queria! – Ele me olhou.
- Então vamos!
- O que?
- Vamos ver ela,
então! – Me levantei.
- Será que é uma boa
ideia? Será que a Arleyde e o Well, aprovam?
- Você não quer ir
ver ela ? Então vamos e que se dane os outros. – Fui até minha mala, tirar uma
roupa.
- Você tem razão! Vou
ver minha fã. – Ele também se levantou.
Nos arrumamos rápido
e fomos até o quarto da assessora, que tentou nos impedir, mas não teve jeito e
o segurança também, mas no final, teve que ceder e nos acompanhar.
- Sara...Você deveria
aconselhar ele a não ir, é perigoso essa cidade! – Ele falava no elevador.
- É a fã dele, Well.
A única que foi atingida, ela nunca abraçou ele, merece isso. Ela estava no
show por ele. – Ele suspirou e Luan me abraçou.
- Se acontecer alguma
coisa com ela, eu vou me sentir muito culpado.
- Para, amor! Eu não
quis dizer isso, só disse que ela te ama muito e merece te ver.
Se for pra ser, vai
ser. Deus sabe o que faz! – O apertei em mim.
Assim que chegamos ao
hospital, todos ficaram surpresos, recepcionistas, médicos, enfermeiras, todo
mundo. E por isso mesmo, não foi difícil conseguir o número do quarto da menina.
Só nos disseram que a mãe dela estava lá, antes de nos indicar o caminho.
Vimos uma moça sair
do quarto que nos indicaram, de longe. Assim que ela viu Luan, arregalou os
olhos e se aproximou.
Conversamos com ela
um pouco e descobrimos, que era a mãe de Malu, que nos deu a abençoada notícia,
de que estava tudo bem com ela. Eu confesso, que esperava o pior.
Depois de uma
conversa um pouco longa, ela nos disse que iria fazer um lanche, então
respiramos fundo e fomos em direção ao quarto.