Capítulo 78

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Estava em casa, em um dia tedioso. Era feriado e Luan já estava fazendo show. Não nos víamos há uma semana. Eu lia uma revista, enquanto ouvia o que passava na tv.

Minha mãe estava no apartamento de Leonardo, que era do lado do meu, fazendo uma faxina e um doce que ele gostava. Já o tratava como um filho e até dizia que não se importava se ele a chamasse de mãe. Ele ainda não dizia, mas me falava que ainda não estava pronto.

Viviam em um grude só e uma vez, fiquei com tanto ciúmes, que acabei brigando com os dois. Fiquei o dia todo trancada no quarto, com uma crise de tpm, que nem meu namorado me tirou de lá de dentro, muito pelo contrário. Ele estava voltando de viagem e nós brigamos, nunca tinha tido um dia tão ruim.

A campainha tocou e eu me levante, pensando que era Ana, por não ter sido anunciada.

- Luan ? – Sorri e pulei em seus braços.

Entramos em casa rindo. Ele estava ainda mais lindo, de boné e óculos escuros, do jeito que eu amava.

- Gostou da surpresa, amor ? – Nos sentamos no sofá.

Coloquei minha perna por cima das suas e sorri.

- Amei, meu amor! – Selei seus lábios. – E o show de hoje?

- Foi cancelado por falta de segurança, mas vai ser remarcado.

- E amanhã...

- To de folga. – Ele me interrompeu.

Bati palmas animada, o fazendo rir.

- Amei !

- Eu sei que sim...

- (risos) Idiota ! Dormi aqui hoje ? – Beijei seu pescoço e vi sua pele se arrepiar.

- Claro que durmo! Saudade de dormir agarrado em você! – Ele me apertou.

- E eu...Você nem imagina! – Olhei em seus olhos.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, até ele começar a acariciar o meu rosto, com a ponta dos dedos. Fechei os olhos e sorri.

Senti seus lábios nos meus e logo depois de um beijo intenso, seus braços em torno da minha cintura, me levantando.

Me colocou na minha cama e beijou sem parar meu pescoço, antes de voltar aos meus lábios e tirar a minha blusa.

Nos amamos aquela tarde inteira. Estava tudo em um clima muito agradável.

Quando estávamos começando tudo de novo, ouvi meu celular tocar.

- Deixa eu atender, amor...

- Depois você atender. – Ele sussurrava, contra o meu pescoço.

- Pode ser importante! – Consegui empurrar ele de leve e me sentar na cama.

Peguei o celular e antes mesmo de colocar no ouvido, senti Luan se colocar atrás de mim e beijar meu pescoço.

- Oi... – Olhei para ele pelo canto dos olhos e ele mordeu minha orelhar. Me encolhi.

- Sara ?

- Pai ? – Perguntei surpresa.

Luan parou o que fazia e tentou ouvir a conversa.

- Eu...Queria que viesse pra cá.

- O que aconteceu ?

- Vem pra cá ?

- Me fala logo o que houve! – Me estressei.

Ainda não tinha esquecido o que tinha feito.

- Por favor, eu te explico aqui. É urgente!

- É com o senhor ?

- É...Pega o primeiro vôo que conseguir! – E assim ele desligou.

Suspirei.

- E agora? – Olhei para Luan.

- A gente vai pra lá. Vou mandar preparar o avião. – Ele se levantou e procurou sua cueca.

Me joguei na cama com as mãos no rosto. Sentia que não era coisa boa.

Eu e Luan nos trocamos e eu só peguei minha bolsa de mão.

Antes de sairmos, minha mãe chegou na sala com Leonardo e eu contei o que havia acontecido.

- Quer ir com a gente, Leo ? – Ele ficou em silêncio por alguns segundos.

- Não! Ainda não estou pronto!

- Eu te entendo... – Beijei o rosto dos dois, antes de sairmos.

Chegamos em Londrina e assim que entrei na minha antiga casa, levei um susto.

- Pai... O que houve aqui ? – Olhei em volta.

Não tinha quase nada na casa. Só restava um sofá na sala.

Olhei para o meu pai, que estava com um terno totalmente amassado e com os cabelos bagunçados, os olhos estavam vermelhos. – Pai... – Voltei a insistir.

- Me perdoa ? – Ele me olhou chorando.

- Me fala o que foi...

- Eu...Eu vendi tudo dá casa, por causa...Eu to viciado em jogo filha. – Meus olhos se arregalaram. – Eu me viciei depois que perdi todo mundo que eu amava. Você, sua mãe, seu irmão...Eu não consigo mais viver. Eu perdi o emprego...Eu fali!

- Como o senhor faz uma coisa dessas?

- E ainda tem mais...

- Pelo amor de Deus! – Passei a mão no cabelo.

- Eu to devendo...E não tenho dinheiro pra pagar.

- Eu não to acreditando nisso!

- Eu não sei mais viver sem vocês, filha! – Ele se levantou, chorando e se aproximou. – Me perdoa?

- O senhor está destruindo a sua vida.

- Eu sei...Mas não faz mais sentindo sem vocês. Sua mãe não precisa me perdoa, mas você...Por favor! Você é minha vida! – Olhei pra cima inconformada.

E antes que eu pudesse dizer alguma coisa, escutamos a porta ser quase esmurrada.

Luan que estava mais próximo, abriu com receio.

- Cadê o dinheiro ? – Dois homens, entraram na casa.

Não me pareciam boas pessoas. Me desesperei.

- Eu disse que vou arrumar, só ter paciência...

- Você acha mesmo que a gente vai ter paciência com você ? – Eles riram irônicos. – Eu quero agora! Ou se não...

- Se não o que ? – Meu pai os olhou.

- Matamos você... – Ele tirou uma faca do bolso.

- Moço...Pelo amor de Deus! – Me aproximei deles e fiquei na frente do meu pai.

- Quem é você?

- Sou filha dele...

- Olha...Não é que você é bonitinha mesmo, como falam ? – Ele voltou a rir. – Troco o que você deve por ela... – Ele voltou a olhar para o meu pai.

- Tá louco ? – Luan se aproximou e eu fechei os olhos com força.

- E você?

- Não vai trocar nada pela minha namorada. Ela não é um objeto!

- Não gostei do seu tipo, play boy!

- Nem eu do seu...

- Sabe que agora, eu deveria levar essa patricinha comigo mesmo.