sexta-feira, 7 de março de 2014

Capítulo 67


- Isso...É verdade, pai ? – Eu disse baixo e ele apenas assentiu com a cabeça.
- Me desculpe, minha filha. Eu posso te contar a história direito?
- Que história, pai ? Não tem nada de direito nisso. – Comecei a chorar.
- Por favor, deixa eu só contar e depois você faz o que quiser. – Fui com minha mãe para um sofá e ele se sentou em outro. Estava disposta a ouvi-lo.
- Fala então... – Eu disse com desprezo.
Eu nunca me imaginei com desprezo justo do meu pai.
- Eu conhecia a Márcia, a outra mulher, logo depois de ter começado a namorar sua mãe. Ela me atraiu muito e eu queria só ficar com ela, mas namorar mesmo com sua mãe, porque ela era que eu amava de verdade. Mas não foi bem isso que aconteceu, ela foi me envolvendo e eu não tive coragem de largá-la. Ela sabia que eu namorava no começo, mas disse que só continuaria comigo se eu largasse sua mãe e...Eu menti pra ela, disse que já estava sozinho. Eu não sei o que ela tinha, só sei que ela me envolvia demais e não consegui mais largá-la.
Até que um dia ela disse que estava grávida...
- Grávida?
- É...Ela disse e isso foi mais um motivo para não largá-la.
Na gravidez dela, eu fiquei mais com ela, mentia e dizia que estava viajando a trabalho. Eu quase não ficava na nossa casa. Mas eis um dia que sua mãe também me disse que estava grávida, Leonardo, estava completando quase três anos e fui um susto pra mim...
- Leonardo?
- Seu...Irmão. – Mais uma vez, eu respirei fundo. Eu tinha um irmão.
- Eu passei a ficar mais tempo com sua mãe e passei a enganar Márcia sobre minha viagens, até que você nasceu. Linda e uma menina, como era meu sonho. A maioria dos pais sonham com um menino, mas eu sonhava com minha princesinha e realmente veio o que eu esperava.
Uma princesinha linda, loirinha e dos olhos clarinhos, bem diferente do seu irmão, que tem os olhos claros também, mas os cabelos são pretos. Vocês só se parecem nos olhos mesmo, ele puxou quase tudo da mãe. – Ele respirou e voltou a falar. – Eu passava bem mais tempo com sua mãe e ela nem desconfiava. Até que de uns tempos pra cá, ela veio me cobrando isso, me dizendo que eu nunca fiquei com ela e o nosso filho direito e eu sempre fugia do assunto. Isso é de uns três anos pra cá, a gente só briga. Até que semana passada, eu estava lá e ela pegou meu celular enquanto eu dormia, viu tudo. Suas fotos, mensagens sua e da sua mãe...Dava pra eu enrola ela até, mas já estou cansado disso tudo, resolvi abrir o jogo e falei tudo pra sua mãe também, assim que voltei.
- Mas que eu saiba o senhor estava viajando a uns quinze dias, a...Outra só teve essa idéia ontem?
- Não. Ela descobriu assim que cheguei lá.
 - E porque só voltou ontem?
- Ela...Ela estava ruim de saúde, Sara. Estava com câncer e eu não sabia, passou mal depois da nossa briga e ...
- E?
- Morreu. – Outro tapa na cara.
- Ela morreu?
- Ela já estava mal, seu irmão me disse e falou também que ela não pretendia me contar.
- Eu não sei o que dizer.
- Me perdoa?
- Agora, nesse exato momento, eu não quero nem olhar pro senhor, pai.
Eu quero sair daqui, quero pensar e um dia, quando estive pronta, te procuro. – Enfim vi uma lágrima cair de seus olhos.
- Minhas malas já estão prontas. Vamos ? – Minha mãe se levantou e eu assenti com a cabeça.
Enquanto ela ia até seu quarto pegar, fiquei ali de cabeça baixo, tentando ingerir aquilo tudo.
- Sara... – Meu pai me chamou, assim fomos em direção à porta. – Procura seu irmão ? Dá uma força pra ele? Não tem ninguém, ele está sozinho e abalado pela morte da mãe e não quer me ajuda, também está com raiva. Assim como você, ele não tem culpa de nada. – Ele me deu um papel e eu pude ver, que era um endereço.
- Ele mora em São Paulo?
- Eles sempre foram de São Paulo. – Saí dali com minha mãe e fomos para portaria, a espera de um táxi.
A outra família do meu pai, sempre foi de São Paulo, então ele sempre viajava pra lá e não a trabalho como dizia. Eu odiava mentiras e principalmente de quem amava.
Assim que chegamos em São Paulo, liguei para casa do Luan e Bruna disse que ele estava em um reunião na Central, mas que minha chave estava com ela. Então pedi para que levasse para mim e ficamos a esperando na portaria do prédio.
- Nossa, Sarinha. Nem sei o que dizer! – Ela disse assim que contei tudo para ela.
Tinha dado um calmante minha mãe, que dormiu rápido.
- Eu me preocupo mesmo é com a minha mãe. Ela está tão abalada.
- Tenho certeza que tudo vai se resolver, só uma questão de tempo. – Bruna me abraçou forte e eu chorei em seu ombro.
Resolvi preparar algo para comermos, estavam sem comer nada.
Assim que levantei, o papel que meu pai havia me dado, caiu do meu bolso e Bruna o pegou.
- O que é?
- O endereço do meu...Irmão? Meu pai pediu para que eu o procurasse.
- E você vai? – Voltei a me sentar.
- Não sei... – Fui sincera e suspirei.
- Procura ele, amiga. Ele não tem nada a ver com isso...
- Foi isso que ele disse.
- Então...
- Então eu vou lá depois. Meu pai disse que ele está sozinho e que não tem contato com nenhum parente por parte de mãe e os parentes do meu pai, nem sabem que ele existe.
- Ele deve estar mal.
- Vamos comigo lá?
- Você acha uma boa idéia eu ir?
- Acho. Vamos?
- Vamos, então ! – Sorri e fomos para cozinha.
Depois que comemos, decidimos ir até a casa de Leonardo, queria ir logo.
Deixei um bilhete para minha mãe e pegamos um táxi, eu não conhecia muito São Paulo.
Assim que chegamos ao endereço, descemos do táxi e olhamos em volta.
- Que casa bonita ! – Bruna observava, assim como eu.
- Muito linda! Parece que aqui é um lugar bom pra se morar.
- Parece tranqüilo mesmo, nunca tinha vindo para esse lado.
- Nem eu e nem é muito longe. – Resolvi finalmente, dá um passo em direção ao enorme portão da casa.
Toquei o interfone e não demorou para que atendessem, respirei fundo antes de falar.
- Leonardo ?
- É ele, quem é ? – Ele tinha uma voz agradável.
- É...Será que eu posso falar com você? – Ele demorou um pouco para me responder.
Com certeza pensava se deveria ou não me deixar entrar.
- Tudo bem...Já destravei o portão. – E assim entremos para o jardim daquela enorme casa.
Muito bem cuidado, o jardim mais lindo que eu já tinha visto. E meu pai sempre dizia para minha mãe que odiava flores, e por isso ela não fazia um jardim, era louca por flores.
Me deu mais raiva dele, mas tirei aqueles pensamentos da cabeça, criei coragem e olhei para Bruna, que assentiu, antes de abrir a porta da casa.

4 comentários:

  1. Ai scrr muie pq vc é assim ? Para nas melhores partes ? Pode isso nao..
    Bem q vc podia postar outro hj *---*
    @HellenAraujooh

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  2. mds eu ainda to chocada com esse bafão kkkkkkk
    e agora? como será?
    ain tadinha da sara e da mãe dela
    maissssssssssss
    @llanasantana

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  3. ainda n caiu a ficha rs' meu deus =o maaaaaaaaaaaaaaaaaais muie parasse bm na parte boa *-*




    @fabipinheirols

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