- Isso...É verdade, pai ? – Eu disse
baixo e ele apenas assentiu com a cabeça.
- Me desculpe, minha filha. Eu posso
te contar a história direito?
- Que história, pai ? Não tem nada
de direito nisso. – Comecei a chorar.
- Por favor, deixa eu só contar e
depois você faz o que quiser. – Fui com minha mãe para um sofá e ele se sentou
em outro. Estava disposta a ouvi-lo.
- Fala então... – Eu disse com
desprezo.
Eu nunca me imaginei com desprezo
justo do meu pai.
- Eu conhecia a Márcia, a outra
mulher, logo depois de ter começado a namorar sua mãe. Ela me atraiu muito e eu
queria só ficar com ela, mas namorar mesmo com sua mãe, porque ela era que eu
amava de verdade. Mas não foi bem isso que aconteceu, ela foi me envolvendo e
eu não tive coragem de largá-la. Ela sabia que eu namorava no começo, mas disse
que só continuaria comigo se eu largasse sua mãe e...Eu menti pra ela, disse
que já estava sozinho. Eu não sei o que ela tinha, só sei que ela me envolvia
demais e não consegui mais largá-la.
Até que um dia ela disse que estava
grávida...
- Grávida?
- É...Ela disse e isso foi mais um
motivo para não largá-la.
Na gravidez dela, eu fiquei mais com
ela, mentia e dizia que estava viajando a trabalho. Eu quase não ficava na
nossa casa. Mas eis um dia que sua mãe também me disse que estava grávida,
Leonardo, estava completando quase três anos e fui um susto pra mim...
- Leonardo?
- Seu...Irmão. – Mais uma vez, eu
respirei fundo. Eu tinha um irmão.
- Eu passei a ficar mais tempo com
sua mãe e passei a enganar Márcia sobre minha viagens, até que você nasceu.
Linda e uma menina, como era meu sonho. A maioria dos pais sonham com um
menino, mas eu sonhava com minha princesinha e realmente veio o que eu
esperava.
Uma princesinha linda, loirinha e
dos olhos clarinhos, bem diferente do seu irmão, que tem os olhos claros
também, mas os cabelos são pretos. Vocês só se parecem nos olhos mesmo, ele
puxou quase tudo da mãe. – Ele respirou e voltou a falar. – Eu passava bem mais
tempo com sua mãe e ela nem desconfiava. Até que de uns tempos pra cá, ela veio
me cobrando isso, me dizendo que eu nunca fiquei com ela e o nosso filho
direito e eu sempre fugia do assunto. Isso é de uns três anos pra cá, a gente
só briga. Até que semana passada, eu estava lá e ela pegou meu celular enquanto
eu dormia, viu tudo. Suas fotos, mensagens sua e da sua mãe...Dava pra eu
enrola ela até, mas já estou cansado disso tudo, resolvi abrir o jogo e falei
tudo pra sua mãe também, assim que voltei.
- Mas que eu saiba o senhor estava
viajando a uns quinze dias, a...Outra só teve essa idéia ontem?
- Não. Ela descobriu assim que
cheguei lá.
- E porque só voltou ontem?
- Ela...Ela estava ruim de saúde,
Sara. Estava com câncer e eu não sabia, passou mal depois da nossa briga e ...
- E?
- Morreu. – Outro tapa na cara.
- Ela morreu?
- Ela já estava mal, seu irmão me
disse e falou também que ela não pretendia me contar.
- Eu não sei o que dizer.
- Me perdoa?
- Agora, nesse exato momento, eu não
quero nem olhar pro senhor, pai.
Eu quero sair daqui, quero pensar e
um dia, quando estive pronta, te procuro. – Enfim vi uma lágrima cair de seus
olhos.
- Minhas malas já estão prontas.
Vamos ? – Minha mãe se levantou e eu assenti com a cabeça.
Enquanto ela ia até seu quarto
pegar, fiquei ali de cabeça baixo, tentando ingerir aquilo tudo.
- Sara... – Meu pai me chamou, assim
fomos em direção à porta. – Procura seu irmão ? Dá uma força pra ele? Não tem
ninguém, ele está sozinho e abalado pela morte da mãe e não quer me ajuda,
também está com raiva. Assim como você, ele não tem culpa de nada. – Ele me deu
um papel e eu pude ver, que era um endereço.
- Ele mora em São Paulo?
- Eles sempre foram de São Paulo. –
Saí dali com minha mãe e fomos para portaria, a espera de um táxi.
A outra família do meu pai, sempre
foi de São Paulo, então ele sempre viajava pra lá e não a trabalho como dizia.
Eu odiava mentiras e principalmente de quem amava.
Assim que chegamos em São Paulo,
liguei para casa do Luan e Bruna disse que ele estava em um reunião na Central,
mas que minha chave estava com ela. Então pedi para que levasse para mim e
ficamos a esperando na portaria do prédio.
- Nossa, Sarinha. Nem sei o que
dizer! – Ela disse assim que contei tudo para ela.
Tinha dado um calmante minha mãe,
que dormiu rápido.
- Eu me preocupo mesmo é com a minha
mãe. Ela está tão abalada.
- Tenho certeza que tudo vai se
resolver, só uma questão de tempo. – Bruna me abraçou forte e eu chorei em seu
ombro.
Resolvi preparar algo para comermos,
estavam sem comer nada.
Assim que levantei, o papel que meu
pai havia me dado, caiu do meu bolso e Bruna o pegou.
- O que é?
- O endereço do meu...Irmão? Meu pai
pediu para que eu o procurasse.
- E você vai? – Voltei a me sentar.
- Não sei... – Fui sincera e
suspirei.
- Procura ele, amiga. Ele não tem
nada a ver com isso...
- Foi isso que ele disse.
- Então...
- Então eu vou lá depois. Meu pai
disse que ele está sozinho e que não tem contato com nenhum parente por parte
de mãe e os parentes do meu pai, nem sabem que ele existe.
- Ele deve estar mal.
- Vamos comigo lá?
- Você acha uma boa idéia eu ir?
- Acho. Vamos?
- Vamos, então ! – Sorri e fomos
para cozinha.
Depois que comemos, decidimos ir até
a casa de Leonardo, queria ir logo.
Deixei um bilhete para minha mãe e
pegamos um táxi, eu não conhecia muito São Paulo.
Assim que chegamos ao endereço,
descemos do táxi e olhamos em volta.
- Que casa bonita ! – Bruna observava,
assim como eu.
- Muito linda! Parece que aqui é um
lugar bom pra se morar.
- Parece tranqüilo mesmo, nunca
tinha vindo para esse lado.
- Nem eu e nem é muito longe. –
Resolvi finalmente, dá um passo em direção ao enorme portão da casa.
Toquei o interfone e não demorou
para que atendessem, respirei fundo antes de falar.
- Leonardo ?
- É ele, quem é ? – Ele tinha uma
voz agradável.
- É...Será que eu posso falar com
você? – Ele demorou um pouco para me responder.
Com certeza pensava se deveria ou
não me deixar entrar.
- Tudo bem...Já destravei o portão.
– E assim entremos para o jardim daquela enorme casa.
Muito bem cuidado, o jardim mais
lindo que eu já tinha visto. E meu pai sempre dizia para minha mãe que odiava
flores, e por isso ela não fazia um jardim, era louca por flores.
Me deu mais raiva dele, mas tirei
aqueles pensamentos da cabeça, criei coragem e olhei para Bruna, que assentiu,
antes de abrir a porta da casa.
Ai tomara q eles se dêem bem :-)
ResponderExcluirAi scrr muie pq vc é assim ? Para nas melhores partes ? Pode isso nao..
ResponderExcluirBem q vc podia postar outro hj *---*
@HellenAraujooh
mds eu ainda to chocada com esse bafão kkkkkkk
ResponderExcluire agora? como será?
ain tadinha da sara e da mãe dela
maissssssssssss
@llanasantana
ainda n caiu a ficha rs' meu deus =o maaaaaaaaaaaaaaaaaais muie parasse bm na parte boa *-*
ResponderExcluir@fabipinheirols