Capítulo 68

- Em que posso ajudá-las? – Ele disse, assim que entramos.

A sala da casa era linda e enorme. Parei de olhar em volta e enfim olhei para ele.

Era bem bonito, bem alto, ao contrário de mim, forte e com os olhos iguais aos meus.

Só aquilo também, como meu pai havia dito, não parecia muito comigo.

- Eu não sei se já ouviu falar de mim, mas...Prazer, Sara. – Estendi a mão para ele que estreitou os olhos e a pegou.

Olhou por um tempo pra mim.

- A outra filha do meu pai ? – Me espantei, por ele já saber de mim.

- Você sabe de mim?

- Ele contou tudo e eu não esqueci seu nome. Você se parece bastante com ele também.

Como me achou aqui?

- Ele me deu o endereço...

- E por que ? – Seu olhar era realmente triste.

- É...Ele disse que estava sozinho, que não tem parentes e não quer a ajuda dele.

- Não quero mesmo, eu estou morrendo de raiva dele. E...Por que veio?

- Porque...Quero te ajudar.

- Sério ? Você e sua mãe não sentem raiva de mim?

- Claro que não, você não tem culpa de nada. Tenho certeza que minha mãe vai adorar te conhecer.

- Você...Apesar de parecer uma patricinha mimada. – Ergui uma sobrancelha, enquanto ele ria fraco. – Desde que descobri tudo, era isso que eu pensava de você. Também tive ciúmes, por meu pai ficar mais com você, porque era tudo que ele queria. Uma menininha, princesinha.

- Não acha mais isso de mim?

- Não. Eu vejo na minha frente uma mulher, com um coração bom. – Sorri e ele fez o mesmo.- Seus olhos são mais bonitos quando sorriem. – Me derreti com seu jeito fofo.

- Os seus também...

- Posso te dar um abraço? – Abri os braços e ele se aproximou.

Me abraçou tão forte, que eu pensei que iria quebrar, ri. – Ainda é cheirosa, uma irmãzinha que sempre sonhei.

- Você é um amor! – Fui sincera e ele riu sem jeito.

- Quem é ? – Ele apontou para Bruna, que o olhava e ficou sem jeito.

- (risos) Minha cunhada. – Abracei ela de lado.

- Você namora ? – Ele me perguntou e ergueu uma sobrancelha.

- Claro...Você não?

- Não!

- Nossa! Mas essas mulheres não sabem escolher mesmo. – Eu ri e ele também.

- Não mesmo, estão me perdendo. Já esses homens, não perdem tempo. Ainda tinha esperanças que não namorasse, mesmo linda assim.

- (risos) Por que ? Não queria que eu namorasse?

- Já tenho ciúmes de você ! – Ele disse, nos fazendo rir.

Fomos para cozinha e ele fez questão de comermos algo com ele, mesmo eu dizendo que tínhamos acabado de comer em casa.

- Sua cunhada é muito bonita, Sara. – Ele disse, fazendo Bruna ficar vermelha.

- Obrigada, você também. – Ela respondeu sem jeito.

- Ah, você fala ? – Ele brincou. – Linda sua voz também!

- (risos) Leo, então...Vamos pro meu apartamento? – Eu interrompi os dois.

- Eu?

- É...Vamos?

- Não sei se é uma boa idéia...

- Por favor ? Você vai conhecer minha mãe e tenho certeza, que vai gostar dela. – Não queria deixá-lo ali sozinho.

- Se ela for igual você, vou mesmo.

- Então, vamos?

- Então tá! – Comemorei e eles riram de mim.

Começamos a conversar ali. Ele me contava algumas coisas de sua vida e eu da minha.

 Dizia que era médico e trabalhava em um hospital muito requisitado de São Paulo, já tinha quase casado, mas desistiu faltando dois dias.

Ele tinha uma cabeça boa, era bem maduro e bem engraçado também.

Confesso que nunca quis um irmão, sempre achei minha vida de filha única ótima, mas estava adorando Leonardo.

- Posso ligar pro táxi? – Bruna disse, assim que nos levantamos.

- O que é isso, Bruninha! Nós vamos no meu carro. – E Mais uma vez ela ficou vermelha, nos fazendo rir.

Ele trancou a casa e fomos até a garagem pegar seu carro, que era lindo e luxuoso.

- Que lindo seu carro. – Eu disse, quando entramos.

- Primeira coisa que comprei com meu dinheiro. – Ele dizia orgulhoso.

- Sério? Médico deve ganhar bem mesmo. – Brinquei.

- Ganho muito bem e você é Publicitária, mas não me disse onde trabalha.

- Esqueci ! Eu trabalho no escritório do meu namorado...

- Seu namorado tem um escritório?

- É...É uma central de fãs também.

- Central de fãs? – Ele ergueu uma sobrancelha.

- Meu namorado é o Luan Santana, Leo. – Eu e Bruna rimos, com sua cara de espanto.

- Nossa! Sério ? Sério que você é irmã do Luan Santana, Bruna ?

- Sou, por que?

- Tenho até que tomar cuidado, to com a irmã da estrela no carro. – Ele fez graça, diminuindo a velocidade.

- Você é bobo assim sempre, é?

- Quase sempre, maninha!

- (risos) Logo, você vai conhecer seu cunhado.

- Vishi, é verdade. Ele é meu cunhado ainda. Sabe que eu sempre zoei uma priminha minha?

Nós tínhamos contato com uma irmã da minha mãe, que morava aqui, mas se mudou e eu nunca mais ouvi falar nela. Ela tinha uma filhinha de cinco anos, que era apaixonada pelo cantor e eu xingava ele, só pra fazer a criança chorar. – Rimos.

- Você pagou sua língua, então.

- Tá vendo o que você fez comigo, Sara?

- (risos) Você é mal. O que você falava?

- Querem mesmo que eu fale ? – Ele olhou Bruna pelo retrovisor, que assentiu rindo. – De Luan Banana e outras coisas, não vou falar na frente da irmã dele.

- (risos) Nem na minha, ou eu te bato por falar do meu namorado.

- Eu, em ! – Rimos.