Capítulo 80

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Os dias foram se passando e as coisas voltando ao normal, aparentemente.

No dia do aniversário de namoro meu e do Luan, eu não estava com ele e quando o ligava, só dava fora de área.  Então, liguei para Rober.

- Cadê Luan, testa?

- Oi, Sara... – Ele riu.

- Desculpa, mas cadê o Luan ? Não consigo falar com ele.

- Ué, ele não está com você?

- Mas hoje não tem show ?

- Não, foi cancelado...Ele disse que ia passar o dia ai com você.

- Não estou entendo nada.

- Nem eu!

- Então, tá. Obrigada! – Desliguei rápido.

Troquei de roupa e fui até a casa do Luan. Só Bruna estava em casa.

- Cadê seu irmão ?

- Ele não está com você?

- Todo mundo tirou o dia pra falar isso? – Bufei. – Desculpa, mas já me estressei!

- Tudo bem! Mas eu sei onde ele está. Pensei que tivesse te levado...

- Pra onde ele foi ? – Estreitei os olhos.

- Vou me trocar e vamos, tudo bem?

- Vamos rápido! – Disse impaciente, enquanto ela assentia.

Subiu as escadas correndo e eu fiquei esperando.

Fomos no carro do seu Amarildo e Bruna dirigia.

- O que foi ? – Ela me olhou rápido.

- Não sei...Quero saber onde o Luan se meteu.

- Está brava?

- Ainda não! – Sorri pra ela, sem mostrar os dentes.

Ela riu.

Começamos a andar por uma estrada de chão e eu comecei a estranhar aquilo tudo.

- Onde estamos indo ?

- Calma, Sara! Você vai ver! – Depois de quase uma hora de estrada, enfim chegamos.

Passamos por uma porteira gigante e Bruna estacionou na grama.

Olhei para minha frente, tinha uma casa enorme. Era um sítio.

- Você já veio aqui antes? – Perguntei minha cunhada, enquanto andávamos.

- Não e você?

- Nem sabia que existia esse lado aqui em São Paulo! – Ela riu de mim.

Fomos caminhando e de longe, vi uma piscina gigante. O dia estava nublado e bem frio, então não tinha ninguém nela, mas parecia estar acontecendo uma festa, porque a música estava alta.

Eu andava curiosa, queria saber de verdade o que Luan estava fazendo ali e se ele realmente estava ali. Sem saber o porque, no fundo, eu torcia para que não.

Começamos a escutar vozes, mas não qualquer uma, vozes de mulheres. Falando ao mesmo tempo.

Apressei os meus passos e não acreditei no que vi, quando me aproximei.

Era mesmo uma festa que acontecia. Luan estava ali, se divertindo, com seu copo de cerveja na mão e rodeado de mulheres. Só tinha ele, seu tio e seu antigo personal, de homens.

- Luan ? – Me aproximei mais rápido.

- Sara? O que tá fazendo aqui ? – Fiquei indignada com sua pergunta.

- Quem é ela, Luan ? – Olhei para a direção que a voz vinha.

Uma loira, ridícula e oxigenada, falava. Nunca escutei voz mais irritante.

- Como assim quem sou eu ? Você não lê revista não, minha filha?

- Sara, menos! – Luan me olhou sério.

- Menos o que ? O que você tá fazendo aqui? No meio de vadias, no dia do nosso aniversário de namoro. Por que não me disse que estava de folga? – Disparei.

- Eu não tenho que ficar te dando explicação de tudo quanto é lugar que eu vou, não. O Guto me chamou pra despedida de solteiro dele e eu vim.

- O quê ?

- Ele vai casar...

- Não quero saber quem vai casar! Vamos embora agora...

- Não vou mesmo!

- Luan...Eu to perdendo minha paciência!

- Para de dar show na frente dos outros, por favor?

- Show ? Você ainda não viu nada!

- Olha aqui, minha filha. Para de falar assim com ele...

- Eu falo do jeito que eu quiser com o meu namorado. – Me aproximei da loira.

- (risos) Deve está com você por pena, porque vive em festa e a gente fica sempre. – Dei um tapa na cara dela e senti braços me puxando para trás. Olhei e era o tio do Luan. – Sua retardada! – Ela gritou.

- Eu to perdendo a paciência ! – Eu gritei, quando vi que a mulher foi abraçar Luan.

- Para, Sara. Ela é minha fã!

- O que ? Sua o que ? – Ri. – Vocês tão tirando comigo, só pode!

- Fala pra ela, Luan. Que a gente fica sempre ! – Ela chorava.

- Lívia...Não complica também.

- É o que ? – Consegui me soltar de Max – Não complica ? Não complica, Luan ? – Gritei e comecei a socar Luan, que tentava se defender.

- Para...

- Para nada! Você me trai com essa vadia ? Eu vou arrebentar os dois! – Fui pra cima da mulher e joguei ela na piscina.

Dessa vez, Guto, que me agarrou por trás. Ela saiu de dentro da piscina batendo o queixo e o cachorro do Luan, que foi dar uma toalha pra ela. Meu sangue ferveu.

- Me solta! – Gritei.

- Quer saber, Sara?  Eu cansei de você. Cansei das suas crises de menina mimada, eu quero uma mulher de verdade. Depois daqui, já iria passar na sua casa, pra me separar de você mesmo.

- Eu não to acreditando nisso! – Consegui mais uma vez me soltar e corri até o Luan.

A menina deu um passo para trás, mas dessa vez eu não fui nela.

Soquei tanto o Luan, que minha mão começou a doer e perdi as forças, quando as lágrimas começaram a descer de verdade.

- Sua chifruda ! – Escutei aquela voz e pra mim aquilo foi à gota d’água.

Peguei nos cabelos da loira e ninguém tirava minhas mãos de lá, todo mundo juntou pra separar.

Nunca fui de discutir com ninguém, muito menos sair na mão, mas aqueles dois, me tiraram do sério. Eu só queria que aquilo fosse um pesadelo e acordar logo.

Mas não era.

- Para, Sara! – Luan gritava.

- Cala a boca! Nunca mais fala meu nome, seu veado!

- Você vai matar a garota.

- Que morra! Por que ? Você quer ela? Se merecem mesmo.

- Você é maluca! – Dei um chute nele muito forte, que mais alguns centímetros, pegaria em suas partes intimas.

Luan se afastou gemendo de dor.