Capítulo 69

Assim que chegamos sentimos um cheiro bom no apartamento e o barulho das panelas batendo na cozinha. Fomos até lá.

- Sara? Demorou! Vi seu bilhete... – Minha mãe se virou e se espantou com Leonardo ali.

- Mãe, meu irmão! – Eu disse sorrindo, enquanto apontava para ele.

Vi que ele estava com um pouco de receio da minha mãe, mas logo se aliviou, quando viu o sorriso em seu rosto.

- Tudo bem, Leonardo ? Vem me dar um abraço! – E assim ele se aproximou e abraçou minha mãe. – Você é alto, diferente de você, Sara. – Revirei os olhos, enquanto eles riam. – Sentem ai, que eu já coloco um pedaço de bolo de chocolate pra vocês, crianças.

- Acabamos de comer, mãe.

- Vão comer meu bolo, ou eu vou ficar chateada. É de cenoura...

- Com calda? – Me animei, enquanto minha mãe assentia e nos sentamos na mesa.

- Sabia que não ia resistir ! – Ela riu, enquanto nos servia.

Começamos a conversar e Leo contou para minha mãe um pouco de sua vida também. Falava que tinha gostado muito dela e ela dizia o mesmo, eu brincava dizendo que estava com ciúmes, o fazendo ri. Ele me abraçava e dizia que também gostava de mim, um bobo. 

Em um desses abraços, escutei um barulho de alguma coisa caindo no chão e me levantei.

- É na sala, vou ver.

- Quer que eu vou ? Pode ser algum ladrão... – Ele falava.

- Aqui é condomínio fechado, Léo. Relaxa ! – Ri e eles fizeram o mesmo.

Vi que tinha um porta retrato no chão e a porta estava aberta.

Olhei para o corredor e vi Luan entrar em um elevador corri até ele, mas a porta se fechou, desci as escadas quase voando.

Consegui pegar Luan já no estacionamento, segurei seu braço.

- Amor...O que foi?

- Me solta, Sara. Não quero mais falar com você!

- Mas por que ? O que eu fiz?

- Você sabe muito bem o que fez.

- Amor...

- Não me chama de amor. Eu cheguei na sua casa e vi você abraçada com outro homem.

- (risos) Era isso?

- E você ainda acha graça?

- Posso explicar?

- Não quero ouvir, volta lá pro seu amante.

- Luan, eu vou te bater. Cala essa boca! Que amante, o que?

- Eu não sou idiota!

- Mas parece...Até parece que eu ia ter amante e ainda levar pra minha casa.

- Explica então, Sara. – Ele cruzou os braços e se encostou no seu carro.

- Aquele que você viu é meu irmão.

- Irmão? Não acredito, como pode mentir assim? – Luan entrou no carro e eu entrei no carona rápido, tirando a chave da ignição.

- Me ouve, seu cabeça dura ? Eu vou te contar a história, agora cala a boca e me escuta. – Ele cruzou os braços novamente e eu comecei a falar.

Contei toda a história para ele, desde que eu fui fazer em Londrina e depois da visita que eu e sua irmã fizemos a Leonardo.

Mesmo depois disso tudo, ele ainda não tirava a cara emburrada.

- Você devia ter me falado isso antes...

- Você estava em reunião, coisa.

- Não me chama de coisa e não deveria ter ido com minha irmã pra não sei onde.

- Por que não, Luan? – Agora eu que cruzei os braços.

- Porque...Vocês nem conhecem esses lados, que você falou que foi.

- Para com isso, Luan. Admite que tá errado logo!

- Não estou, você que errou. – Ele fez bico.

- Eu só não te dou uns tapas, porque essa sua carinha fofa me derreti. – Beijei sua bochecha e mordi depois.

- Para! Eu tô bravo com você!

- E posso saber porque, meu bebê ?

- Não me chama de bebê quando eu tô bravo, Sara.

- (risos) Para de graça ! – Forcei seu rosto com as mãos e lhe beijei.

No começo ele me empurrava fazendo charme, mas depois retribuiu com um de seus melhores beijos. – Vamos subir agora, que você vai conhecer seu cunhadinho.

- Ah não! E eu pensando que tinha dado sorte, porque sempre falam que mulher bonita sempre tem irmão mais velho.

- (risos) Pois é, amor. Não deu sorte, não !

- Que droga, em ?

- Para com isso, que meu irmãozinho é um amor e vocês vão se dar bem, porque ele é um bobo igual você.

- Eu não sou bobo, tá ? – Descemos do carro e fomos em direção ao elevador.

Ele me abraçava pelos ombros e depois que entramos, beijava todo meu rosto, até chegarmos no meu andar.