sexta-feira, 28 de março de 2014

Capítulo 86



Fiquei pensando naquelas palavras da minha namorada.
Eu também queria privacidade, mas aquilo não era possível, já que foi o que eu escolhi para minha vida inteira e não me arrependo. Mas ela poderia estar sofrendo por isso.
Eu que escolhi aquilo e não ela, não era justo sofrer por minha causa, por mais que falasse que não se importava e que tinha me aceitado com tudo. Não era justo.
Conversei com a minha assessora pelo celular e disse para que ela não falasse nada, não queria prolongar aquela situação muito constrangedora, por sinal.
Ficamos mais um pouco na sala e eu não disse mais nada, apenas pensava.
Senti que Sara tinha estranhado um pouco meu silêncio, depois daquilo tudo, mas deveria estar pensando que eu estava chateado com aquelas fotos rodando pela Internet, o que não deixava de ser mentira.
No outro dia, Rober foi na minha casa na hora do almoço. Só estava eu e minha mãe, na mesa.
Minha irmã estava com Sara e meu pai no escritório,
- Luan, tem um show pra hoje. Mas se você não quiser, não precisa. Eles estão pedindo muito, por isso vim te pedir, já que está de folga. Não precisa de verdade se não quiser...
- Onde vai ser ?
- Porto Alegre.
- Vou fazer.
- Se não quiser...
- Eu vou, Rober. Precisando! – Voltei a comer.
Vi que ele trocava olhares com a minha mãe, que me perguntava o que eu tinha desde que acordei.
No final da tarde, Sara me ligou. Pensei muito antes de atender.
- Oi...
- Não vai vir aqui?
- Não. Tenho que viajar.
- Pra quê ?
- Tenho show hoje.
- Aonde ?
- Rio Grande do Sul!
- Sério ? Eu posso ir, adoro aquele lugar! – Ela se animou.
- Acho melhor...Não! – Aquelas palavras saíram.
- Por que, amor? – Sua voz entristeceu, me senti a pior pessoa do mundo.
- Quero ficar um pouco sozinho...
- Sei que está chateado pelo vazamento daquelas fotos, mas não precisa descontar em mim. – Suspirei. – Vou te fazer bem se eu for!
- Não é nada disso, Sara. Só quero um tempo sozinho, sem ninguém no meu...pé.
- Se é isso que você quer e se você acha que eu fico muito no seu pé, poderia ter dito antes.
- Sara...
- Até quando voltar! – Ela desligou chateada.
Me senti mal por aquilo, mas meu coração pedia.
Me levantei do sofá em que estava na sala com minha mãe e fui para o quarto.
Arrumei minhas malas e tomei um banho demorado.
Fui para o aeroporto sem me despedir de Sara, era raro aquilo acontecer, mas era preciso.
Não disse uma palavra à viagem inteira, o que fazia meu segurança e secretário estranharem bastante, mas não ousavam me perguntar algo, percebiam meu mal humor e sabiam o quanto ele era descontado nas pessoas, mesmo que sem querer.
Nem deu tempo de dormir naquele dia e já me arrumei logo pro show, algumas horas depois que chegamos no hotel da cidade.
Sara me ligava e eu ignorava suas ligações e nem lia suas mensagens, se não eu retornaria.
Suas palavras me encantavam demais.
Depois daquele show já emendou outro e outro. Não parei mais a minha rotina e não voltei mais para minha casa.
Nesse tempo, eu ainda continuava sem atender Sara, só tive coragem de ouvir uma mensagem de voz que cortou meu coração.
“ Amor! Me diz o que você tem que eu vou correndo te consolar! Me diz que está bravo comigo por algo, que eu peço desculpas, mas...Me diz alguma coisa! – Ela chorava. –
Eu não agüento mais esse seu silêncio. Não me ignora, eu odeio isso! “
E assim aquele recado foi encerrado, com um soluço dela no final.
Suspirei e virei para o canto, voltando a fechar meus olhos.
No ultimo dia que eu teria compromisso, depois voltaria para casa, seria em um programa de tv. Um programa de auditório, onde eu receberia muitas perguntas, quanto da Internet, da apresentadora e das pessoas que estariam assistindo o programa. Um quadro novo.
Antes de entrar no palco, minha assessora me dava às instruções. Eu apenas assentia.
- Sei que não está muito bem esses dias e te respeito, porque todos nós temos dias assim, mas cuidado com o que fala e tenta dar um sorriso, se possível! – Ela me disse por fim.
- Está bem! Pode deixar que eu não vou falar nada demais e não vou ficar de cara fechada. – Logo chamaram o meu nome.
Cumprimentei a todos com um enorme sorriso, e me sentei no enorme sofá.
O programa começou com perguntas lights e algumas até engraçadas, que me faziam ri de verdade, pela primeira vez naquela semana.
Mas logo tudo começou a mudar, as minhas fãs começaram com as perguntas pessoais e naquele momento veio uma pergunta que eu pensei mil vezes antes de responder, mas resolvi colocar tudo pra fora.
- O que você acha dos fotógrafos invadirem a sua vida pessoal ? Sua namorada não se incomoda ? Você não se sente mal ? – Foi a pergunta.
- Olha...Eu vou falar a verdade pra vocês. Uma coisa que eu nunca falei antes na vida.
Eu escolhi sim essa vida pra mim e não me arrependo, amo tudo isso e tenho orgulho de ter chegado onde estou, porém, acho que às vezes eles passam dos limites. A minha família, minha irmã que ainda é muito jovem, minha namorada...Eles não tem nada com isso, não tem necessidade de ficarem invadindo a vida deles. Eles nunca me falaram que se sentiam incomodados, mas eu sei que se sentem e não falam para não me chatearem.
- Isso tem a ver com as fotos que saíram de você e sua namorada? – Agora, a entrevistadora quem perguntava. Pensei um pouco.
- Tem sim! Eu não gostei nada daquilo. É minha vida, sabe ? Minha privacidade com minha namorada, somos pessoas normais, casais normais, que fazem coisas normais.
Essa situação é muito desagradável, principalmente pra mim que tenho fãs crianças.
- Acha que foi ruim pra sua imagem?
- Não acho que foi ruim, porque meus fãs sabem que eu sou extremamente normal.
Só não gostei da invasão, achei que dessa vez foi demais.
- E Sara?
- Tenho certeza que também não gostou...Sabe, antes de começar a viajar para shows, uma frase que ela me disse ficou guardada na cabeça. “Eu só quero privacidade”.
Nós só queremos privacidade, pelo menos nesses momentos!
Não me importo de dar autógrafos, tirar fotos e nem dar entrevistas, em meio de balada, almoço...Enfim, no meu dia a dia. Não tenho nenhum problema com isso. Mas seguirem meu carro pra conseguirem uma baixaria dessa foi demais! – Desabafei.
- Entendo como se sente. Realmente tudo tem limite!
- Exatamente! Tudo tem limite! – Depois daquilo, me pediram para cantar.
Pelo menos eu relaxei um pouquinho e logo voltei a responder as perguntas engraçadas.
Na van, indo para o aeroporto, eu sentia que Arleyde queria me falar algo sobre aquela entrevista, mas não falava. Eu também não estava ligando, tinha desabafado e estava ciente de que tinha usado as palavras certas.
Quando cheguei em casa, tomei um banho e fui dormir. Acordei só no final da tarde e fui comer algo.
Conversei com a minha mãe sobre aquilo tudo e ela me dizia que tinha achado bom, eu ter dado aquela entrevista. Todos tinham visto, inclusive Sara.
Estava no escritório da casa resolvendo alguns papeis da central de fãs, quando bateram na porta.
- Entra...
- Luan? – Sara , entrou. – Posso falar com você?
- Claro que pode! – Dei um meio sorriso.
Estava com uma baita dor na consciência, não deveria ter feito aquilo com ela.
Mas eu estava melhor, mais aliviado depois daquela entrevista, que repercutiu bastante na Internet e entre meus fãs, que estavam do meu lado. O programa era ao vivo.
- Por que não me atendeu esses dias todos? Fiquei muito triste! – Via em seus olhos que ainda estava triste.
- Me desculpa ? Eu precisava disso...
- Eu podia te ajudar... O que aconteceu de verdade?
- É...
- Nem precisa dizer, eu já sei!
- Sabe? – Fiquei surpreso.
- Sei! Foi por causa do que eu disse, não foi ? Não foi minha intenção falar aquelas palavras daquele jeito, você entendeu errado...
- Eu não entendi nada errado.
- Entendeu! Eu não cansei de você, eu gosto da sua carreira...
- Sei que sim, Sara! Mas...Eu sei que muitas coisas te incomodam.
- Claro que muitas coisas nessa vida me incomodam. Por favor, Luan!
- Não precisa mentir pra mim, porque eu sei.
- Mesmo se fosse isso mesmo. Você não tinha o direito de me deixar a ver navios, igual uma trouxa esse tempo todo.
- Calma! Não precisa exagerar. Foram só alguns dias! – Eu dizia calmo.
- Alguns dias? – Ela riu. – Quinze dias, eu fiquei igual uma palhaça! – Ela estava irritada. – Você é um idiota de marca maior. Não custava nada me procurar pra conversar já que parou pra pensar no que eu disse. Não custava ser um homem de verdade na relação.
Isso é coisa de criança, Luan! Coisa de casal de adolescentes, de moleque!
Se você se considera um, eu não sou mais criança! – Ela se levantou e saiu batendo a porta.

7 comentários:

  1. Posta outroooooooooo !! Esta maravilhosa !

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  2. concordo cm a Sara u.u ela tem o direito d ficar irritada mas... o Luan né tbm ... maaaaaaaaaaaaaais :3




    @fabipinheirols

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  3. xiiiiii o bicho pegou
    affz td bem q ele precisava de um tempo pra ele
    mais pegou pesado em ignora-lá se eu fosse ela matava ele kkkkkk
    odeiooo ser ignorada affzs
    maisssssss
    @lightlrds

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  4. Ja pode postar mais nega
    O Luan devia ter falado com ela
    @HellenAraujooh

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  5. Vishhhh, treta! Quero mais @loammyprince

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  6. Se tem uma coisa que eu >>odeio é ser ignorada, to com a Sara u.u
    Mais, mais, maaaais!! @banhodeluacomls

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