quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Capítulo 31


- Que susto, Luan ! – Eu respirava acelerado.
- Desculpa...Eu vi você vindo pra cá...
- Vim tomar um ar.
- É isso mesmo que você quer? – Não entendi sua pergunta.
- Isso o que ?
- Se casar daqui a um mês...É tão nova. Te senti meio pressionada.
- Não estou pressionada. É isso que eu quero !
- Tem certeza ?  - Ele se aproximou, com seus olhos fixos nos meus.
- É... – Me escorei em uma mesa de mármore preta, que tinha ali.
Ficando encurralada.
- Não parece...
- Para com isso ! Para de me confundir. Vamos jogar limpo Luan, me fala o que você tem?
- Como assim ? – Ele mexeu sem jeito nos cabelos.
- Me fala o que você tem ? Anda muito estranho... – Espremi os olhos.
- Não tenho nada. – Ele encarou o chão.
- Se não quer falar...- Dei de ombros. – Tudo bem. Mas que você anda estranho, você anda e percebo que é só comigo.
- Nada disso.
- É com todos então?
- Vamos mudar de assunto ? – O encarei por algum tempo. – Você vai mesmo se casar?
- Por quer tanto saber? Não estou te entendo. Eu quero muito me casar.
- Mas mês que vem ? Com ele?
- É meio cedo sim, mas já moramos juntos, não tem porque não darmos mais um passo juntos. Por que está perguntando se quero me casar com ele?
- Na verdade nem eu sei... – Ele suspirou.
- Eu vou me casar mês que vem sim e espero que vá, o Dudu gosta bastante de você. – Fui andando até a porta, mas antes que passasse pela mesma, ele me chamou.
- Você quer a verdade ? Vou te falar a verdade... – Me chamou com a mão e eu me aproximei. – Eu vou falar a verdade, mais pra mim do que pra você...
- O que está falando?
- Ouve ! Eu não quero que se case com o Dudu e nem com ninguém, eu te quero, Sara.
Te quero pra mim... Eu tô apaixonado por você ! – Não estava conseguindo crer no que ouvia.
Como assim o Luan estava apaixonado por mim ? O Luan que nunca foi com a minha cara, do nada, quer ser meu amigo e depois de um dia já fala que está apaixonado por mim.
- Que brincadeira de mau gosto, Luan. Isso não é coisa que se faça ! Se está querendo me testar, saiba que eu não gosto mais de você.
- Eu sei que você ainda gosta de mim, eu sinto isso e eu ... Comecei a gostar de você, eu não sei o que houve, só sei que você não sai mais da minha cabeça.
- Eu...Não sei o que dizer. Ainda acho que é pegadinha.
- Não...Não é. – Ele riu fraco. – Eu tô apaixonado de verdade por você ! – Ele se aproximou de mim e eu fiquei encurralada mais uma vez, entre seu corpo e a mesa que estava atrás de mim.
Sua mãos foram para o meu rosto e o acariciou, fechei os olhos com seu toque, que nunca tinha sentido daquele jeito. Estava começando a acreditar, que realmente ele estava gostando de mim. Senti sua respiração no meu rosto e abri os olhos, ele já estava próximo demais, meu coração batia muito rápido.
- Eu...Não posso fazer isso com o Dudu. – Eu disse no fio de voz que me restava.
- Eu sei, me desculpa. Eu também não posso. – Ele dizia, mas não se afastava.
- Você não está brincando comigo de novo não, né ? Eu estava feliz e achava que tinha te esquecido, até você aparecer e estragar tudo.
- Eu não estou brincando com você e...Me desculpe por isso, mas eu estou feliz por estar aqui com você. Eu te quero, Sara. – Eu não sabia se ficava feliz ou triste com suas palavras.
- Eu não posso ! Eu estou noiva e me caso em um mês.
- Larga ele ?
- Eu não quero magoar o Dudu, que é um príncipe pra mim e entrou na minha vida na hora certa. – Ele encarou o chão.
- Conversem, se ele te ama de verdade, vai entender o nosso lado.
- Eu sei que ele vai ficar mal...Eu não posso fazer e nem você tem o direito de chegar assim na minha vida e bagunçar minha cabeça de novo. Você não tem esse direito !
- Eu não quero bagunçar a sua cabeça, até porque o seu amor sempre foi meu, só estava adormecido. – Não disse nada, ele tinha razão. - Deixa eu...Te beijar?
- Eu não posso. – Me doeu o coração falar aquilo, mas saiu, mesmo que em um sussurro.
- Mas não precisa ser um beijo de verdade...Só encosta seus lábios nos meus.
- Isso não é certo com o Eduardo, vai ser traição.
- Um selinho não é uma traição. – Ele disse isso e se aproximou.
Não disse mais nada, apenas fechei os meus olhos e senti o toque macio de seus lábios nos meus. As lágrimas começaram a cair do meu rosto, ele me abraçava forte pela cintura.
Ficamos daquele jeito por alguns segundos e eu me atrevi a passar as mãos por seu pescoço e cabelo. Mas quando senti que sua boca queria se abrir e sua língua entrar na minha, afastei seu rosto do meu.
- Realmente eu não posso e isso... Já foi uma traição.
- Não foi traição, a gente podia dormir juntos que não seria uma traição. Sabe por que ? – Neguei com a cabeça. – Porque traímos quem amamos e você não ama ele, nunca amou. Você me ama, seu coração sempre foi meu e você só está beijando a pessoa que ama, isso não é trair !
- Mas mesmo assim, eu estou com ele no momento.
- Larga ele, Sara? Por favor?
- Eu não posso, Luan. Me desculpa ! – Ele se afastou de mim com seus olhos brilhando.
Ele estava chorando ? Não dava pra acreditar.
- Então seja feliz e ...Espero que não se arrependa da sua escolha.
- Tenho certeza que fiz uma ótima escolha !
- Que bom, então ! – Ele sorriu sem mostrar os dentes, antes de sair dali e me deixando sozinha, sem saber o que fazer e completamente confusa.
Ainda não estava acreditando em nada que estava acontecendo. O homem dos meus sonhos, estava apaixonado por mim, depois de me rejeitar e eu não podia ficar com ele. Belo destino esse meu !
Depois que me recuperei voltei para junto de todos, não me aproximei do Luan, que começou a beber sem parar e às vezes me encarava, com um pouco de raiva e tristeza no olhar, o que acabava comigo.
- Hoje você tá ligeiro, em Luan ! – Os meninos falavam, enquanto ele virava outro copo e riam.
Eu não estava gostando daquilo, mas não podia falar nada.
- Quero conversar com você amanhã, Sara. Tudo bem ? – Bruna apareceu do meu lado e eu assenti com a cabeça.
- O que é?
- Amanhã conversamos ! Eu ia dormir aqui, mas nem vai dar. Vou dirigir pro bêbado ! – Ela apontou pro seu irmão, me fazendo ri fraco.
- Tudo bem, amanhã vem na hora do almoço. Todos vão embora e Eduardo trabalha, ele não está me deixando ir esses dias, pra ver as coisas do casamento. – Revirei os olhos e ela riu.- Se quiser me ajudar com isso também...
- Claro que quero !
- (risos) Ótimo !
- Acho melhor eu ir levar o meu irmão...
- Eu também acho ! – Bruna me abraçou e com muito custo, conseguiu fazer seu irmão ir para o carro com ela. A coitada teria trabalho com ele em casa. 
Fiz careta só de imaginar.

Capítulo 30


*
Depois que tive aquela conversa com o Luan, fiquei muito mais aliviada e até mais feliz, ele não tinha mais raiva de mim e eu muito menos dele.
Dudu resolveu marcar um jantar em uma noite para contar uma novidade a todos, eu estava tão nervosa e nem sei se era por aquilo. Os meus pais e os pais dele também estavam ali, para o jantar. Ele convidou alguns amigos e me perguntou se poderia chamar o Luan, já que eram bem próximos. Não contei a ele que tínhamos feito as pazes, mas disse que não teria problema em chamá-lo, já que o passado ficou pra trás.
Uma amiga minha, foi se arrumar ali mesmo na minha casa e Bruna também foi, ela estava bem próxima de mim, dizia que sentia falta de suas amigas de Londrina, então eu sempre a chamava para as coisas que fazia ali e ela se tornou amiga das minhas amigas também.
Enquanto nos arrumávamos o meu celular tocou, eu estava acabando de fazer minha maquiagem. Meus pais e de Dudu, estavam em outro quarto e ele tomava banho no banheiro do corredor, adorava a casa cheia.
- Helo...Heloísa ! Atende meu celular ? – Eu gritava do banheiro, para uma amiga.
Assim que acabei, sai de lá. – Quem era?
- A Ana. – Ela fez careta e eu também. Já sabia dos ataques de ciúmes da Ana.
- O que ela queria ?
- Nem falou nada, disse pra você ligar pra ela depois.
- Ela não vem, Sara? – Bruna me perguntou.
- Não... – Suspirei. – Não estamos nos falando direito, Bru.
- Mas por que ? Eram tão amigas.
- Eu me mudei pra cá e fiz bastante amizades, claro. Como a Helo e ela ficou desse jeito comigo.
- Ela sente muitos ciúmes de mim ! – Heloísa disse de forma engraçada e nós rimos.
- Deixa eu ver o que ela quer. – Liguei e respirei fundo, assim que atendeu.
- Oi, Ana. Queria falar comigo?
- Queria mas está muito ocupada, não é?
- Para com isso...Parece uma criança.
- Vai pra festa hoje?
- Não, tem um jantar aqui em casa.
- Hum !
- Por que?
- Eu estava pensando em ir pra i.
- Sério ? Vem sim, amiga.
- Eu iria até hoje à tarde, se você estivesse com o celular ligado.
- Me desculpa, estava no shopping...
- Com a Helo ? – Ela fazia voz de nojo.
- É...Desculpa.
- Às vezes você também nem queria eu ai nesse seu jantar.
- Eu não te falei nada porque pensei que não iria poder vir como sempre.
- Eu iria dar um jeito, ainda mais pra coisa importante.
- Como sabe que é coisa importante?
- Sua mãe me disse.
- Ah !
- Desculpa se não era pra eu saber.
- Ana, não faz assim, eu te amo muito e estou muito mal com nossas brigas constantes. Só por que fiz amigas novas? Você também deve estar cheia ai.
- Não estou. – Ela suspirou. – Estou correndo atrás desde o ano passado, pra conseguir uma transferência para São Paulo.
- Sério?
- É...
- Amiga, me perdoa? Eu sei que também tô errada. Me desculpa, vai?
- Eu te amo tanto, Sara. – Ela chorava e eu também.
- Eu também...Demais. Me desculpa?
- Te desculpo ! Me perdoa por ser tão criança ?
- (risos) Claro que sim. Você sempre será minha melhor, sua boba.
- Hei ! Eu ouvi isso, tá ? – Bruna apareceu atrás de mim, me assuntando.
Ri e passei o telefone para ela, que tagarelava com Ana sem parar, enquanto eu voltei a me arrumar.
Fomos para sala e todos já estavam chegando, tinha chamado meus pais na cozinha em um momento e contei que Luan também iria, mas que já estava tudo resolvido entre nós. Para eles eu contei que tínhamos feito as pazes e eles pareceram bem felizes com aquilo. No começo meu pai ficou bem irritado com o Luan, mas depois a raiva foi passando.
Já fomos nos sentar a mesa assim que todos chegaram, primeiro veio às bebidas.
Luan se sentou em minha frente, me olhava e às vezes sorria de lado, eu retribuía disfarçadamente, ninguém estava percebendo, eu acho.
Depois que jantamos, veio à sobremesa e então finalmente Eduardo resolveu falar.
- Eu chamei todos aqui porque quero fazer um comunicado. Como já são todos da família, quero falar junto. – Ele me olhou e sorriu. – Eu e Sara marcamos a data do nosso casamento para o mês que vem ! – Ele falava aquilo empolgado.
Sorocaba propôs um brinde e assim fizemos, mas antes olhei para Luan que sorria forçado e me olhava com uma expressão estranha, o que me fez ficar estranha também.
Eu não sabia o que estava acontecendo com aquele homem, ele estava estranho e estava me deixando daquele jeito também.
Tentei não olhar mais em sua direção e foquei meus olhos nas outras pessoas. Jurei que vi minha mãe e Bruna olhando de mim para o Luan, mas só podia ser coisa da minha cabeça.
Depois fomos todos para sala, que tinha uma vista incrível para o condomínio, que estava todo aceso e passava um ar fresco por lá.
Fui até a cozinha sozinha e peguei um pouco de vinho. Fui até a varando que tinha uma porta para lá, estava uma noite linda e estrelada.
Resolvi pensar, não sei em que, mas resolvi pensar um pouco.
Me assustei quando senti uma respiração quente em meu pescoço e me virei com tudo, ficando de frente pra ele, que me olhava de uma forma diferente.
Estávamos muito próximos.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Capítulo 29


- Pode pegar ai no bebedouro. – Ela dizia, enquanto pegava uma caixa com remédios.
- Tá. – Enquanto bebia a olhava.
Parecia mais madura, mais mulher e até mais bonita, se é que aquilo era possível.
- O que ? – Ela me pegou a olhando e eu fiquei sem jeito.
- Hãn...Nada. Está gostando de morar aqui ? – Puxei assunto.
- Estou...Na verdade, já acostumei. Um ano.
- Já ? Ainda estou me adaptando, só tem alguns meses que me mudei com meus pais.
- A Bruna disse.
- Você trabalha onde ? – Fiquei sem jeito, depois que perguntei.
- No estúdio com o Dudu.
- Sério ? Sempre que eu vou lá não te vejo.
- Na verdade, eu sempre sei quando você vai e nunca vou. – Ela acabou de encher um copo com água e já ia saindo, quando agarrei seu braço. – O que?
- já disse que não quero ficar assim com você...Vamos ser amigos pelo menos?
- Não quero e nem consigo ser sua amiga.
- Por que?
- Você já me fez muito mal...
- Mas te fiz bem também, não foi?
- Foi sim...Mas isso é passado. – Ela suspirou.
- Só deixar as coisas ruins lá também. Eu estou vendo o quanto é uma pessoa legal e que não fez nada daquilo de propósito. Me desculpa se te magoei. Pode não acreditar, mas depois que te... Que te mandei sair do quarto naquele dia, eu fiquei com a consciência pesada. Eu sempre soube que gostava de mim e por isso não me importava em te maltratar, porque você sempre iria estar ali do meu lado, como fã ou qualquer outra coisa. Esse foi o meu erro e eu me arrependo, porque...Poderíamos ter nos tornado grandes amigos ! – Ela me escutava com atenção e levou alguns segundos para falar.
- Eu me arrependo de muita coisa também. Das coisas ruins que já fiz só pra te ter, aquela não era eu. E confesso que estou surpreendida que você está reconhecendo os seus erros também.
- Eu sou humano...
- Mas orgulhoso que só.
- Me perdoa ? – Ficamos nos encarando e eu me aproximei mais dela.
Senti sua respiração falhar e logo acelerar. – Posso te perguntar uma coisa ? Me responde com sinceridade ?
- Pergunta...
- Você ainda gosta de mim? – E mais alguns segundos rolaram, antes que ela respondesse algo.
- Não...Eu não gosto mais de você. – Ela desviou o seu olhar do meu, o que me fez ter algumas dúvidas.
- Me perdoa ? – Repeti a pergunta.
- Só se você me perdoar primeiro. – Ela sorriu e eu fiz o mesmo, antes de nos abraçarmos apertado.
Sara chorou ali comigo, disse que estava feliz em estar de bem comigo porque eu era o seu ídolo ainda, que ela admirava e morria de orgulho. Mas aquilo não me deixou tão feliz, na verdade, nem eu sei o que queria ouvir de sua boca.
Voltamos para sala e depois de Bruna tomar o remédio e me garantir que estava realmente bem, eu me despedi delas e fui embora.
Pensei muito naquele dia, em tudo que estava acontecendo comigo, eu nunca estive tão confuso em toda a minha vida.
À noite recebi uma ligação do Dudu e estranhei, me convidava para um jantar em sua casa no outro dia, dizia ele ser para os amigos. Mesmo com receio, eu aceitei.
- Então não vai, Luan. – Rober falava, estávamos voltando de um show que aconteceu de dia em uma rádio e a noite, já seria o tal jantar.
- Mas eu quero...
- Eu não te entendo. Fica tagarelando ai a viagem inteira que não está se sentindo bem em ir, e nem sabe o motivo, agora fala que quer ir ?
- Eu estou confuso.
- Isso você já é, você está o dobro. – Ele gargalhou, enquanto eu batia em sua cabeça com uma almofada de sapo.
- Você acha que eu devo ir?
- Primeiro me responde...Você está gostando da Sara?
- Eu não sei, juro que não sei. Ela tá mexendo muito comigo por esses dias, não vou mentir, mas pode ser coisa física, porque ela é...
- Gostosa ! – Ele completou rindo.
- Para com isso !
- Mas é a verdade...E ainda tem o Dudu, não se esqueça. Mesmo que se for só uma coisa física.
- Eu sei disso e você não precisa ficar me lembrando dele toda hora.
- Me desculpa, só estava te lembrando pra não fazer burrada. Logo você que não troca amizade por mulher, pelo menos, era isso que dizia.
- E ainda digo...Eu nem sei se gosto dela e ela também não gosta mais de mim.
- Você perguntou isso a ela ?
- Perguntei.
- Ela pode estar mentindo.
- Não quero saber. Eu vou nesse jantar e o que tiver que acontecer, vai acontecer.
- Não fala isso, que pode acontecer coisas erradas.
- Não vai acontecer coisas erradas, eu já disse que se for pra acontecer algo, vai acontecer.
- Isso inclui coisas erradas. – Revirei os olhos.
- Essa conversa ta ficando sem rumo...
- (risos) Eu também acho. Se ela fosse solteira eu te incentivava a pegar mesmo, a mulher é linda.
- Não quero mais saber, vou dormir. – Me virei para o outro lado.
- Dorme...Só não sonha com ela.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Capítulo 28


*
Depois de meses só falando, finalmente resolvi me mudar para São Paulo com minha família e meu escritório foi junto. Já estava pensando nisso há muito tempo e o empurrão foi minha irmã começar a estudar lá.
Já estávamos nos acostumando com a vida mais agitada em São Paulo, mas sempre íamos para o Pantanal, claro, tinha que dar uma saída da vida agitada.
Depois de que fui no aniversário do Fernando, voltei pra casa atordoado e sem falar com ninguém. Tomei um banho e me joguei na cama, fechei os olhos e foquei em dormir rápido.
Acordei no outro dia e me olhei no espelho, meu rosto estava inchado e já sabia o motivo quando olhei as horas, 15:00hrs.
Desci para a cozinha e todos estavam almoçando. Estavam na mesa também, meu segurança, personal e secretário. Estavam passando aquele final de semana ali, já que ainda estavam morando em Londrina, mas pretendiam se mudar também.
- Bora jogar um vídeo game ? – Rober disse, assim que acabamos de comer.
- Sem vontade. – Fiz careta.
- Tá doente ? – Guto disse, fazendo todos da mesa rirem.
- Está bem, bora jogar no meu quarto. – Revirei os olhos.
Subi com Rober e Guto para o quarto e só eles estavam jogando. Eu ainda estava pensando e nem sabia em que direito.
Eu não tinha mesmo mais raiva de Sara, como disse a ela, eu estava estranho nos últimos tempos. Passei a lembrar dela de um mês para cá, lembrava de quando trabalhava comigo, seu jeito e sua voz. E depois que a vi naquela festa, estava ainda mais atordoado.
Não sabia o porque não gostei de vê-la sendo pedida em casamento no meio de todos, não gostei que ela estava namorando o Dudu, talvez por ser um grande amigo, não gostei de vê-la... Feliz ? Não gostei de várias coisas.
Sacudi a cabeça para que os pensamentos me deixassem. Em vão.
- O que você tem, boi ? Está doente mesmo ? – Roberval pausou o jogo e me olhou.
- Não...
- Então?
- Eu não sei.
- É mulher ? – Olhei para Guto e fiquei em silêncio. Não sabia o que responder. – É, né ? – Ele riu.
- Não vai dizer que era aquela que você não parava de olhar ontem.
- Você viu eu...
- Quase comendo a loira com os olhos ? Vi sim ! – Arregalei os olhos e ele riu. – Mas acho que foi só eu.
- Que bom !
- É ela então ?
- Não sei... – Respondi sincero.
- Ela é bem gostosinha...Mas acho que estava com um homem.
- Ela é a Sara. – Disse ainda sem o encarar.
- Sara? Sara que você brigou? A Sara da confusão toda?
- Ela mesma ! – Revirei os olhos.
- Nossa !
- E ela ainda está namorando o Dudu. Você não ouviu o pedido de casamento ?
- Eu ouvi, mas não vi quem era. Reconheci a voz do Dudu.
- Era pra ela.
- Nunca imaginei que seria a Sara...Nunca !
- Nem eu.
- Você está apaixonado por ela, é isso?
- Eu não...Sei.
- Isso é só atração, ela é muito gata. Mas tira isso da cabeça, boi. Ela é mulher do Dudu, nosso amigo !
- Eu sei e já estou tirando. Não estou apaixonado, essa mulher não é boa coisa, ela ainda sente raiva de mim e pode querer me ferrar de novo.
- Eu também acho ! – Eles voltaram a jogar.
No outro dia eles foram embora, teríamos uma folga de três dias.
- Me leva na casa de uma amiga, pi ? – Minha irmã apareceu na sala.
- Levo...Onde é ? – Me levantei do sofá.
- Aqui mesmo no condomínio. – Fui levar Bruna para casa de sua amiga.
Era em um prédio bem bonito que tinha no condomínio, o mais bonito dali , na verdade.
Fui levá-la até a porta do apartamento, sua entrada já estava liberada. Ela não gostava muito, mas eu tinha cuidado com minha família e quando nos mudamos para São Paulo, isso só aumentou, por sua “fama” de cidade perigosa.
Assim que abriram a porta, eu não acreditei, era Sara.
- Oi...- Ela disse sem jeito.
- Oi. – Respondi do mesmo jeito.
Bruna abraçou ela.
- Não sabia que tinham contato e nem que eram amigas. – Passei as mãos pelos cabelos, rindo sem graça.
- Nós perdemos o contato, na verdade, mas no encontramos outro dia no shopping e depois disso a encontrei aqui no condomínio, trocamos números e sempre que dá estamos juntas ! – Bruna quem me respondeu rindo.
- Entendi ! – Sorri também.
- Querem...Entrar? – Sara nos perguntou e eu estava morrendo de cede, resolvi aceitar.
Tinha uma outra mulher ali, devia ser mais uma amiga delas. Falei com ela e pedi Sara um copo com água, mas antes mesmo dela ir buscar, Bruna disse que estava passando um pouco mal.
- Você ta com que ? – Me aproximei dela, que já estava no sofá.
- Com tontura...
- Você almoçou hoje, Bruna?
- Não...
- Sabia ! Eu já falei pra você comer, eu vou falar com a mãe.
- Não fala, por favor !
- Então para de estudar um pouco e come ! – Ela assentiu com a cabeça.
- Vou buscar um remédio que eu tenho aqui pra você. Tem alergia a alguma coisa? – Sara perguntava.
- Não.
- Já volto, então. Vai querer a água ? – Ela se virou pra mim.
- Vou. Se quiser eu vou com você e pego.
- Tudo bem. – Ela seguiu em um corredor e eu a acompanhei.
Era um apartamento grande e bem bonito, logo lembrei que Dudu também morava ali, mas não deveria estar em casa pela hora.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Capítulo 27


( 1 ano depois...)

Já estava morando em São Paulo há quase um ano, estava mais feliz do que nunca com Eduardo. Como sempre carinhoso e em todos esses meses sempre me respeitou, fizemos amor só depois de três meses que estávamos morando juntos e ele sempre dizia que iria me esperar o tempo que fosse, um fofo.
Tirei folga naquela sexta feira, resolvi ir fazer umas compras, já que tinha algum tempo que não saia, só trabalhava. Eduardo estava cheio de compromissos e não pode me acompanhar.
Almocei no shopping mesmo e quando estava saindo avistei uma pessoa conhecida de longe. Respirei fundo e tentei andar mais rápido, olhar para o lado, mas não adiantou.
- Sara ? – Bruna tirava seu óculos e se aproximava de mim.
- Oi, Bruna. – Sorri para ela, que retribuiu e logo me abraçou.
- Quanto tempo, amiga. Outro dia eu estava falando com Ana, nunca mais te vi. - Me assustei com seu "amiga". 
- Me mudei pra cá...
- Sério ? Nossa, que surpresa !
- (risos) Pois é. E você ? Estudando muito?
- Muito ! – Ela fez careta. – Mas agora está mais tranqüilo.
- Por que ?
- Meus pais se mudaram pra cá.
- Sério ? Nossa !
- Pois é, mais por minha causa mesmo. É muito melhor morar com os pais, não é?
- Nem me fale. Tenho que passar em Londrina qualquer dia desses, para ver os meus.
- Faz isso sim...Vou passar por lá também, ficar na casa da Ana e depois iremos para o Pantanal. Se estiver interessada a ir...
- Vou ver e te falo direitinho, Bruninha. Ando muito atarefada ! – Nos despedimos e eu segui para meu apartamento, com o meu carro. Tinha conseguido comprar o carro dos meus sonhos recentemente e estava feliz por isso também.
Eduardo chegou já estava escurecendo e disse que teríamos um jantar para irmos. Aniversário do Fernando, da dupla com o Sorocaba. Me animei e fui me arrumar, estava precisando mesmo de uma festa.
Assim que chegamos já tinha bastante gente. Tivemos que ir cumprimentar o pessoal, Dudu tinha muitos amigos, tivemos que ir de mesa em mesa. Nos sentamos em uma depois e logo o jantar foi servido. Uma pequena boate começou ali também.
- Tem aquela bebida que você ama ali, Sarinha. – Mikelly, mulher do aniversariante, apareceu do meu lado falando e eu sorri assentido.
Já estava bem sua amiga, na verdade, tinha feito amizade com bastante gente desde que me mudei, com pessoas muito legais e isso até briga com Ana rendeu, ainda não estávamos nos falando cem por cento. Ela estava com ciúmes, parecia uma criança.
Pedi licença para Eduardo e um amigo, que ele conversava e fui até o pequeno bar, que tinha na festa. Peguei a bebida e me virei para voltar para a mesa. Me esbarrei em alguém e quase que a bebida vai toda para o chão.
- Nossa...Me desculpa, moça ! – Levantei o rosto para ter certeza da voz que ouvia.
Era ele.
Claro, Bruna disse que seus pais tinham se mudado para São Paulo e conseqüentemente, ele também iria. E eu tinha me esquecido, que Fernando e Sorocaba, eram seus amigos. 
Que droga, ele me perseguia!
- Não foi nada. – Tentei disfarçar a voz e sair de perto dele o mais rápido possível, sem que me reconhecesse, mas não deu certo.
- Sara ?
- Com licença... – Tentei sair mais ele ainda estava na minha frente.
- O que faz aqui ?
- Eu não te devo satisfações e sinto em lhe dizer que vai ter que me aturar, pelo menos por essa noite.
- Você veio com quem ?
- Pra que saber? – Cruzei os braços.
- Porque...Não sabia que era amiga do Fernando.
- Pois eu sou e da mulher dele também...Eu e meu namorado. – Pensei um pouco e decidi falar aquilo.
- Quem é seu namorado?
- Porque você não me esquece? – Tentei sair mais uma vez.
- Olha...Eu não quero brigar.
- Tarde demais !
- É sério. Eu odeio ficar mal com as pessoas, não quero ficar assim com você. Minha raiva já passou. – Seu olhar era sincero e ele falava calmo.
- Pois a minha ainda está bem viva.
- Eu não acredito...
- Acredite, pois é a verdade. – Sai dali antes que falasse mais alguma coisa.
Me sentei na mesa e fiquei pensando o porque daquele idiota tinha me dito àquelas coisas, ele só queria me confundir mais ainda, só porque estava o esquecendo.
Para a minha infelicidade ele se sentou com alguns homens, em uma mesa do lado da minha, e ficava me olhando, me encarava e quando eu o olhava ele desviava seu olhar. Sorte que Eduardo ainda estava conversando entretido e não pegou nenhuma troca de olhar, que infelizmente aconteceu.
Fiquei distraída por um momento, pensando, quando escutei chamarem meu nome no microfone e no pequeno palco que tinha montado ali. Me virei assustada e percebi que Eduardo não estava sentado mais ali na mesa. Ele estava em cima do palco.
Me aproximei confusa e do nada o Fernando e Sorocaba começaram a cantar uma de suas músicas românticas, ele me estendeu a mão e eu sem saber o que fazer a peguei e subi no palco também, morta de vergonha.
- Eu só queria dizer que você é a mulher da minha vida e que esse aniversário seja o melhor de todos... – Ele começou e eu me toquei que já devia ser mais de meia noite, era meu aniversário. – Eu não esqueci do seu aniversário, amor. – Ele riu e contagiou a todos. – Depois que você entrou na minha vida, tudo mudou e pra melhor, claro. Eu te amo muito e queria te fazer um pedido aqui, na frente de todos. Já moramos juntos, mas ainda sim quero te pedir, ser do jeito certinho. Quero ficar do seu lado pra sempre!
Sara, aceita se casar comigo ? – Ele se ajoelhou na minha frente com um buquê de rosas nas mãos.
Todos estavam encantados com aquilo e eu também, olhei para as pessoas que sorriam e avistei uma que tinha sua expressão bem diferente. Encarava aquela cena de braços cruzados.
- Eu...Aceito ! – Eu consegui dizer depois de muita dificuldade e peguei as rosas de suas mãos.
Ele me abraçou carinhoso e nos beijamos, enquanto todos batiam palmas. Olhei mais uma vez para frente sorrindo, alguns filmavam o momento e outros tiravam fotos.
Vi Luan sair às pressas de onde estava, sua expressão estava ainda pior, ele andava rápido e nem pedia licença às pessoas, empurrava mesmo algumas que estavam em sua frente, não estava entendendo nada do que estava acontecendo com aquele cantor.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Capítulo 26


- Claro que sim ! – Sorri e ele fez o mesmo, pegando em minha mão em seguida.
Olhei para Ana, que piscou para mim. Mudei de lugar e me sentei ao seu lado, selei nossos lábios demorado.
- Até que enfim você desencalhou, amiga ! – Ela debochava de mim.
- Boba ! – Revirei os olhos. – Estou morrendo de fome, vamos comer?
- Ainda não acabou. – Eduardo sorriu e tirou de dentro de seu bolso uma caixinha preta.
Duas alianças lindas estavam ali, a minha parecia mais um anel normal e bem bonito, com uma pedra em cima e a dele, era bem simples.
- Ah, que lindo ! – Eu falei, o fazendo sorrir, enquanto colocava o anel em meu dedo.
Pedimos a comida e almoçamos com os deboches da minha amiga, estava tão feliz e naquele momento, confesso que não queria mais desgrudar do meu namorado. Ainda era estranho o chamar assim, mas era isso que ele era.
Voltamos a nossa rotina de sempre, e infelizmente Ana teria que ir embora, mas aproveitamos bastante.
Estava adorando trabalhar com meu namorado, sempre carinhoso, me roubava beijos às vezes e sempre me elogiava, me deixando vermelha toda hora.
- Amanhã o Luan vem aqui... – Ele falou, enquanto eu assistia um DVD de um cantor, que estava produzindo.
- Vem? – Fiz pouco caso, sem tirar os olhos da TV.
- Vem sim...Se você não quiser vir... – Olhei para ele.
- Acho que não venho, então. – Suspirei. – Não é porque ainda gosto dele. – Menti.- Só não me sinto bem estando no mesmo lugar que ele. Tenho raiva, mas também não quero prejudicar a amizade de vocês.
- Você não vai prejudicar nada e se não quiser vir, não vai ter problemas.
- Obrigada, viu ? – Coloquei minha mão em seu rosto e ele a beijou.
- Obrigado você, por me fazer tão feliz assim ! – Sorri e o beijei.
No outro dia, fiquei dormindo mesmo, foi bom para descansar, já que andava bem cansada.
Eduardo me contou que Luan esteve lá mesmo e passaram quase que o dia inteiro vendo algumas músicas novas.
Depois de dois meses, ele foi conhecer os meus pais, em um jantar na minha casa. Eles se deram muito bem e para o meu alívio, meu pai aprovou meu namorado, que foi simpático como sempre com todos.
- Queria te dizer uma coisa, amor. Mas não sei se vai gostar... – Estávamos na sala e meus pais na cozinha, depois do jantar.
- O que foi?
- O estúdio vai se mudar para São Paulo.
- Sério ? – Ele assentiu com a cabeça.
Eu fiquei em silêncio, o que iria fazer agora?
- Que silêncio é esse, crianças? – Meu pai apareceu com seu bom humor e eu sorri amarelo para disfarçar. – Em ?
- É ... O estúdio do Dudu vai se mudar para São Paulo.
- E o que tem isso ? – Ele comia seu doce.
- Tem que eu estou sem emprego de novo. – Ri fraco.
- Mas porque ? O seu namorado te demitiu ? – Ele falou, nos fazendo ri.
- Não, pai. Mas não dá para ir para São Paulo todos os dias. – Fiz careta.
- E ainda tem mais, amor. – Meu namorado disse, me assustando.
- Manda ! – Espremi os olhos.
- Eu...Também vou me mudar pra lá. – Suspirei pesado.
Não era possível, quando tudo estava dando certo vinha alguma coisa para acabar de vez com minha felicidade.
- Por que não vai com ele, filha ? Assim não perde seu namorado e nem o emprego.
- O que ? – Não estava acreditando no que estava ouvindo.
- Vai com ele, Sara.
- É filha, se você quiser... – Minha mãe apareceu e eu também a olhei sem reação e logo depois encarei Dudu.
- Você me aceitaria lá?
- Ainda tem dúvidas? – Rimos.
- Então eu vou ! Vou sentir saudades de vocês... – Falei manhosa.
- Promete que vai vir sempre que der, de preferência toda semana ?
- Eu prometo, mamãe !
- Eu vou cuidar direitinho dela, podem confiar. – Ele me abraçou de lado e beijou o topo da minha cabeça, em um gesto carinhoso.
- Eu confio em você, rapaz...Mas se magoar ela, já sabe, não é ?
- Nunca... – Passamos aquele resto de noite daquele jeito.
Para minha surpresa meu pai mesmo pediu para que Eduardo dormisse ali e ele aceitou, mesmo sem jeito, fazendo eu e minha mãe rir.
Fomos para o meu quarto e depois de nos trocarmos, deitamos na cama.
- Está com vergonha, amor ? – Perguntei rindo.
- Um pouquinho...Seu pai é gente boa.
- Errado ! Ele só é assim com você, porque gostou de você.
- (risos) Que bom !
- Ótimo ! Sabe que estou adorando a idéia de ir para São Paulo com você?
- É ? Eu também, não vejo a hora de poder acordar com você todos os dias do meu ladinho, sentir seu cheiro todas as noites.
- Você é tão romântico, sabia?
- Só com você, princesa !
- Que bom que é só comigo. – Rimos.
Ficamos em silêncio, ele acariciava meus cabelos e eu fazia carinho em sua barriga, enquanto cheirava seu pescoço, já que estava deitada ali.
Fechei meus olhos e decidi dormir, estava ótimo aquele lugar.
- Eu te amo ! – Ele sussurrou tão baixinho, que só escutei porque o quarto estava em completo silêncio. Mas continuei com os olhos fechados, sorri disfarçadamente.
Não queria “acordar” porque ainda não estava preparada para lhe dizer aquilo, mesmo estando muito feliz ao seu lado e esquecendo o Luan.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Capítulo 25


Depois de uma semana eu já estava bem próxima de Eduardo, que agora o chamava pelo apelido que todos os chamavam, Dudu, mas não era sempre. Ele era engraçado e nos dávamos bem, a química entre nós era muito boa.
Confesso que estava me encantando por ele e ele parecia na minha também, de vez em quando o pegava me encarando, às vezes mexia em meu cabelo, os arrumando e até fazia carinho em meu braço. Eu gostava daquilo.
Combinamos uma balada naquele final de semana, Ana estava em minha casa, passando alguns dias, já que era feriado naquela sexta feira e iríamos todos juntos.
Fomos para a academia na parte da tarde, estava muito feliz e mais ainda com a presença da minha amiga, que não via a mais de um mês.
Encontrei Bruna por lá, que por ser feriado estava na casa de seus pais, claro. Tentava ficar normal do lado dela, mas não conseguia, era mais forte que eu. Eu via ele em seu rosto, seu jeito de sorrir, seu jeitinho de brincar, muito parecidos.
Ana deixou escapar que iríamos para a tal boate e por educação tive que convidá-la, mas torcendo para que recusasse. Ficava até mal por torcer por isso, ela era uma menina bacana, legal e nem fazia idéia do que tinha acontecido comigo e seu irmão, isso era claro. Como ela mesma dizia, estudava tanto que nem tinha tempo de saber de nada e com certeza, Luan não comentaria aquilo em casa, principalmente perto de seu pai que era um pouco amigo do meu.
Fomos para casa e tomamos um banho, comemos e depois fomos nos arrumar.
- Não demora !
- Não vou, Ana. – Revirei os olhos.
- Acho bom !
- Um dia eu ainda corto essa sua língua grande...
- Desculpa, amiga. Mas ela é tão legal, escapou. – Ela se referia a ter contado a Bruna da nossa boate.
- Tudo bem ! – Suspirei. – Ela é legal mesmo. – Fui para o meu quarto e Ana seguiu para o de hóspedes.
Me arrumei e logo sai para lhe chamar :


 - Que gatinha ! – Minha amiga fazia graça, enquanto descíamos as escadas.
- Você é muito boba, Ana.
Nos encontramos com Bruna lá mesmo, pegamos bebidas e fomos para grade curtir um pouco do show que rolava.
- Procurando alguém ? – Tinha ido ao bar pegar mais um copo de bebida, olhava para os lados e me assustei com uma voz em meu ouvido.
- Nossa...Que susto, Eduardo ! – Ele riu, enquanto me abraçava. – Pensei que não viria.
- Eu nunca iria furar com você, loira linda. – Fiquei sem graça e ri, ele me acompanhou.
Pegamos nossas bebidas e ficamos um pouco afastados das meninas. Ele fazia piada de tudo, e me fazia ri.
- Queria te falar uma coisa. – Ele falava em meu ouvido.
- Pode falar...
- Vamos pra lá ? – Assenti com a cabeça e ele pegou minha mão.
Fomos em direção a uma salinha.
- O que foi ? – Perguntei assim que chegamos.
- É...Eu to gostando de você, Sara...Muito ! – Ele se aproximou e eu sorri.
- Eu também tô, Dudu !
- Você quer... – Ele parecia sem jeito, era tímido demais.
Sorri e me aproximei, tomei a iniciativa de beijá-lo.
- Era isso que queria dizer? – Perguntei quando me afastei.
- (risos) Era...Eu to realmente gostando de você, como não gostava de uma mulher há séculos.
- Está muito tempo solteiro?
- Três anos ! – Ele fez careta e eu ri fraco.
- Nem ficada?
- Isso eu dava, mas bem pouco...Deve ter uns cinco meses que não beijava ninguém. – Fiquei surpresa com sua resposta e ele sem graça.
Ele era mesmo um príncipe, pra casar. Ri com meus pensamentos.
- Eu também tô gostando de você e queria tentar, você me aceita?
- (risos) Você ainda pergunta ? Por que não aceitaria ?
- Tanta burrada que já fiz e ... Com seu amigo. – Fiz careta.
- Eu sei que você não é assim e se fez , tenho certeza que ele mereceu. Eu nunca vou te dar motivos pra isso.
- Como consegue ser tão fofo assim ? – Ele ficou vermelho e eu gargalhei, coitadinho.
Nos beijamos de novo e ficamos naquele clima ali dentro, eu disse que era melhor e ele concordou.
No outro dia marcamos de almoçar, levei Ana junto comigo, mesmo contra sua vontade.
Estava um sábado agradável.
O cumprimentei com um selinho e me amiga me olhou confusa, ri de leve.
- Bom...Te chamei pra te fazer um pedido. – Ele mexia em suas próprias mãos, sem jeito.
- Eu disse que não iria vir, ta vendo, Sara.
- Não tem problema você aqui, Ana. – Eduardo respondeu por mim, rimos.
- Claro que tem. – Ela fez bico e cruzou os braços.
- Claro que não...Para de birra. Depois eu te apresento algum amigo e você tira essa cara emburrada rapidinho. – Rimos. – Então...Voltando ao assunto, queria te pedir uma coisa...
- Pedi, meu Deus ! – Ele riu, com meu jeito.
- Você...Aceita namorar comigo ?