- Que susto, Luan ! – Eu respirava
acelerado.
- Desculpa...Eu vi você vindo pra
cá...
- Vim tomar um ar.
- É isso mesmo que você quer? – Não
entendi sua pergunta.
- Isso o que ?
- Se casar daqui a um mês...É tão
nova. Te senti meio pressionada.
- Não estou pressionada. É isso que eu quero !
- Tem certeza ? - Ele se aproximou, com seus olhos fixos nos
meus.
- É... – Me escorei em uma mesa de
mármore preta, que tinha ali.
Ficando encurralada.
- Não parece...
- Para com isso ! Para de me
confundir. Vamos jogar limpo Luan, me fala o que você tem?
- Como assim ? – Ele mexeu sem jeito
nos cabelos.
- Me fala o que você tem ? Anda
muito estranho... – Espremi os olhos.
- Não tenho nada. – Ele encarou o
chão.
- Se não quer falar...- Dei de
ombros. – Tudo bem. Mas que você anda estranho, você anda e percebo que é só
comigo.
- Nada disso.
- É com todos então?
- Vamos mudar de assunto ? – O
encarei por algum tempo. – Você vai mesmo se casar?
- Por quer tanto saber? Não estou te
entendo. Eu quero muito me casar.
- Mas mês que vem ? Com ele?
- É meio cedo sim, mas já moramos
juntos, não tem porque não darmos mais um passo juntos. Por que está
perguntando se quero me casar com ele?
- Na verdade nem eu sei... – Ele
suspirou.
- Eu vou me casar mês que vem sim e
espero que vá, o Dudu gosta bastante de você. – Fui andando até a porta, mas
antes que passasse pela mesma, ele me chamou.
- Você quer a verdade ? Vou te falar
a verdade... – Me chamou com a mão e eu me aproximei. – Eu vou falar a verdade,
mais pra mim do que pra você...
- O que está falando?
- Ouve ! Eu não quero que se case
com o Dudu e nem com ninguém, eu te quero, Sara.
Te quero pra mim... Eu tô apaixonado
por você ! – Não estava conseguindo crer no que ouvia.
Como assim o Luan estava apaixonado
por mim ? O Luan que nunca foi com a minha cara, do nada, quer ser meu amigo e
depois de um dia já fala que está apaixonado por mim.
- Que brincadeira de mau gosto,
Luan. Isso não é coisa que se faça ! Se está querendo me testar, saiba que eu
não gosto mais de você.
- Eu sei que você ainda gosta de
mim, eu sinto isso e eu ... Comecei a gostar de você, eu não sei o que houve,
só sei que você não sai mais da minha cabeça.
- Eu...Não sei o que dizer. Ainda
acho que é pegadinha.
- Não...Não é. – Ele riu fraco. – Eu
tô apaixonado de verdade por você ! – Ele se aproximou de mim e eu fiquei
encurralada mais uma vez, entre seu corpo e a mesa que estava atrás de mim.
Sua mãos foram para o meu rosto e o acariciou,
fechei os olhos com seu toque, que nunca tinha sentido daquele jeito. Estava
começando a acreditar, que realmente ele estava gostando de mim. Senti sua
respiração no meu rosto e abri os olhos, ele já estava próximo demais, meu
coração batia muito rápido.
- Eu...Não posso fazer isso com o
Dudu. – Eu disse no fio de voz que me restava.
- Eu sei, me desculpa. Eu também não
posso. – Ele dizia, mas não se afastava.
- Você não está brincando comigo de
novo não, né ? Eu estava feliz e achava que tinha te esquecido, até você
aparecer e estragar tudo.
- Eu não estou brincando com você
e...Me desculpe por isso, mas eu estou feliz por estar aqui com você. Eu te
quero, Sara. – Eu não sabia se ficava feliz ou triste com suas palavras.
- Eu não posso ! Eu estou noiva e me
caso em um mês.
- Larga ele ?
- Eu não quero magoar o Dudu, que é
um príncipe pra mim e entrou na minha vida na hora certa. – Ele encarou o chão.
- Conversem, se ele te ama de
verdade, vai entender o nosso lado.
- Eu sei que ele vai ficar mal...Eu
não posso fazer e nem você tem o direito de chegar assim na minha vida e
bagunçar minha cabeça de novo. Você não tem esse direito !
- Eu não quero bagunçar a sua
cabeça, até porque o seu amor sempre foi meu, só estava adormecido. – Não disse
nada, ele tinha razão. - Deixa eu...Te beijar?
- Eu não posso. – Me doeu o coração
falar aquilo, mas saiu, mesmo que em um sussurro.
- Mas não precisa ser um beijo de
verdade...Só encosta seus lábios nos meus.
- Isso não é certo com o Eduardo,
vai ser traição.
- Um selinho não é uma traição. –
Ele disse isso e se aproximou.
Não disse mais nada, apenas fechei
os meus olhos e senti o toque macio de seus lábios nos meus. As lágrimas
começaram a cair do meu rosto, ele me abraçava forte pela cintura.
Ficamos daquele jeito por alguns
segundos e eu me atrevi a passar as mãos por seu pescoço e cabelo. Mas quando
senti que sua boca queria se abrir e sua língua entrar na minha, afastei seu
rosto do meu.
- Realmente eu não posso e isso...
Já foi uma traição.
- Não foi traição, a gente podia
dormir juntos que não seria uma traição. Sabe por que ? – Neguei com a cabeça.
– Porque traímos quem amamos e você não ama ele, nunca amou. Você me ama, seu
coração sempre foi meu e você só está beijando a pessoa que ama, isso não é
trair !
- Mas mesmo assim, eu estou com ele
no momento.
- Larga ele, Sara? Por favor?
- Eu não posso, Luan. Me desculpa !
– Ele se afastou de mim com seus olhos brilhando.
Ele estava chorando ? Não dava pra
acreditar.
- Então seja feliz e ...Espero que
não se arrependa da sua escolha.
- Tenho certeza que fiz uma ótima
escolha !
- Que bom, então ! – Ele sorriu sem
mostrar os dentes, antes de sair dali e me deixando sozinha, sem saber o que
fazer e completamente confusa.
Ainda não estava acreditando em nada
que estava acontecendo. O homem dos meus sonhos, estava apaixonado por mim,
depois de me rejeitar e eu não podia ficar com ele. Belo destino esse meu !
Depois que me recuperei voltei para
junto de todos, não me aproximei do Luan, que começou a beber sem parar e às vezes
me encarava, com um pouco de raiva e tristeza no olhar, o que acabava comigo.
- Hoje você tá ligeiro, em Luan ! –
Os meninos falavam, enquanto ele virava outro copo e riam.
Eu não estava gostando daquilo, mas
não podia falar nada.
- Quero conversar com você amanhã,
Sara. Tudo bem ? – Bruna apareceu do meu lado e eu assenti com a cabeça.
- O que é?
- Amanhã conversamos ! Eu ia dormir
aqui, mas nem vai dar. Vou dirigir pro bêbado ! – Ela apontou pro seu irmão, me
fazendo ri fraco.
- Tudo bem, amanhã vem na hora do
almoço. Todos vão embora e Eduardo trabalha, ele não está me deixando ir esses
dias, pra ver as coisas do casamento. – Revirei os olhos e ela riu.- Se quiser
me ajudar com isso também...
- Claro que quero !
- (risos) Ótimo !
- Acho melhor eu ir levar o meu
irmão...
- Eu também acho ! – Bruna me
abraçou e com muito custo, conseguiu fazer seu irmão ir para o carro com ela. A
coitada teria trabalho com ele em casa.
Fiz careta só de imaginar.