Capítulo 19

- Agora que chegou até aqui, vai querer desistir ? Eu disse naquele dia para fazer isso, mas você não quis, agora agüenta... – Conversava com minha amiga pelo telefone, em um dos meus raros dias de folga.

- Não sei mais o que eu faço, amiga.

- Continua, bola pra frente.

- Mais eu amo tanto ele !

- Seja forte, meu amor. Eu vou está com você, pense só no seu trabalho.

- É, você tem razão e vai ser difícil encontrar outro emprego, tô gostando tanto dessa vida de ser independente,

- Então... – Então decidi que não pediria mais demissão da equipe.

Voltei a trabalhar no outro dia mesmo e a cada dia que passava não tinha como negar o quanto eu estava mais apaixonada por Luan, por seu jeitinho, até seu modo de andar eu reparava e me pegava rindo sozinha.

Como de costume, fomos para uma balada naquele final de semana, depois do show. Me arrumei :

 Luan já tinha anunciado a mídia e a seus fãs, que estava solteiro de novo e estava muito animado para aquela balada, era obrigada a ir ouvindo dentro dá van suas conversas com Rober e Guto, que não eram nada “agradáveis”, era a única mulher ali.

- Eu mereço ... – Sussurrei, mas eles escutaram e pararam de falar, para me olhar.

- Merece o que, Sarita? – Rober perguntava

- Hã ? Nada ...

- Você disse que merecia. – Guto falava confuso.

- Ah ... Voltem à conversa, eu estou ficando doida. – E então, eles voltaram a falar de “mulheres” até chegar na bendita balada.

Fomos para um camarote que estava um pouco vazio, descobri que iria ficar daquele jeito mesmo, era de um amigo do Luan, que não tinha chamado muita gente, quis uma coisa mais íntima.

A noite se passou e eu nunca fiquei tão entediada em uma boate boa e de luxo. Fiquei sozinha e observava apenas, alguns homens davam em cima, mas eu dispensava todos, claro. Os meninos estavam um pouco afastados de mim, mas dava para vê-los de onde eu estava. Me sentei em um sofá para não cansar e fiquei pensando na vida, apesar daquele som alto.

- Sara ! – Escutei uma voz me chamando e sai dos pensamentos.

- O que foi ? – Me virei e Rober sentava ao meu lado.

- Você não sabe, né...

- Aconteceu alguma coisa ? – Me aproximei dele para ouvir melhor.

- Vem comigo ! – Me levantei e o segui.

Fomos para o estacionamento, Guto já estava lá, em pé perto da van.

- Cadê o Luan, gente?

- Bêbado, dentro da van ? – Eles fizeram careta e eu arregalei os olhos.

- Bêbado ?

- É...

- Nossa, mas ele não é de sair bêbado de balada pública.

- Falta de mulher lá dentro. – Eles riram, mas pararam quando viram minha cara. – Porque tinha pouca gente lá dentro, você viu ? – Revirei os olhos.

- Me poupe, testa ! Vamos embora, então, já que o patrão pediu arrego. – Entrei primeiro que eles.

Assim que chegamos no hotel, fomos para o elevador pelo estacionamento mesmo, já que Luan não tinha condições de passar pela portaria. Luan tinha ido dormindo, mas não tinha melhorado, conversava com os meninos no elevador, coisas sem nexo, mas eles riam e acho que aquela conversa não era só quando Luan estava bêbado, deveria ser sempre assim. Revirei os olhos com meus pensamentos.

- Vamos fazer assim...Sarinha leva Luan para o quarto, enquanto eu vou pegar um remédio pra amanhã ele tomar e Guto um chá para antes dele dormir. Fechou ?

- Por que eu não posso ir pegar o chá ? – Perguntei.

- Porque tenho certeza que você o convencerá melhor de tomar um belo banho frio. – Eles saíram rindo e me deixaram ali com o bêbado.

Bufei e abri a porta do quarto dele, a fechei o com o pé e fui o arrastando pelo braço até sua cama.

- Vai tomar seu banho, Luan.

- Já tomei. – Ele falava largado na cama.

- Vai tomar outro...Anda ! – Eu mandava em vão. – Eu vou fazer o Gutão vim aqui te dar banho.

- (risos) Coitada !

- Anda logo, eu quero dormir.

- Dorme !

- Anda, Luan, eu não estou brincando, não sou paga pra ser sua babá. – Ele levantou a cabeça para me olhar e se levantou da cama. 

Me sentei agradecendo por aquilo , depois que o vi entrar para o banheiro. Mas logo um barulho alto me chamou a atenção e a voz de Luan me chamando também.

- O que foi ? – Apareci e o vi só de cueca, porém, estava sentado no chão do banheiro e com as mãos na cabeça.

- Eu caí. – Ele reclamava. Parei de prestar a atenção em seu “estado” e comecei a ri com aquelas palavras, sem parar. – Você vai ficar rindo ? Vem aqui me ajudar ! – Ele reclamava ainda mais, então me aproximei, fui até o box que ele já estava dentro e quando estiquei a mão para que pegasse senti algo frio na minha cabeça.

- Seu cachorro ! – Quase gritei.

- (risos) Ri de mim mesmo !

- Você me molhou toda... – Ele se levantava rindo da minha cara e parecia não estar mais tão bêbado.

- Bem feito ! – O encarei com raiva e antes que eu falasse algo, senti suas mãos em minha cintura e seus lábios gelados nos meus.