Capítulo 17

 Estávamos em São Paulo e como quase na maioria das vezes, passaríamos o resta da semana na cidade.

Luan gravou dois programas de TV durante o dia e a noite, resolvemos ir para uma balada. Naquela semana, eu confesso que fiquei muito no pé dele, sempre queria ficar grudada nele e ir aonde ele ia, Arleyde não se importava e muito pelo contrário, me colocava mesmo junto com ele, era menos trabalho pra ela, que gostava bastante, sempre me dedicava para ela sempre me deixar colar no Luan, mas nunca “desconfiou” de nada. Ele fazia careta às vezes, disfarçava ou tentava, mas na maioria das vezes eu ria, estava gostando daquele “joguinho”.

Assim que chegamos no local da balada, fiquei um pouco longe dele, que conversava com alguns amigos, mas sempre de olho. Peguei uma bebida e ficava o olhando de longe.

Quando já amanhecia resolvemos ir embora e no estacionamento, eu não acreditei no que vi.

- Rober ! – Ele estava um pouco mais à frente com Guto e Well, mas parou para me esperar.

- O que foi, Sarita ?

- O que significa isso ? – Apontei para frente indignada e os olhos de Rober, acompanharam o meu dedo.

- É...Então. O Luan ? – Ele mexia em seu boné sem parar, estava sem jeito.

- O Luan... Claro ! E aquilo que está com ele?

- Uma mulher ? – Ele riu sem jeito.

- Como ele vai levar uma mulher pro hotel, sendo que namora ?

- Então...Eu não sei, Sara e ninguém se intromete nisso, é vida pessoal dele.

- Que cachorro !

- (risos) Fala baixo...

- Depois diz que ama aquela ... Paula. Então porque não respeita a menina?

- Por que tanta revolta ? Você nem é amiga dela.  – Ele estreitou os olhos.

- Porque...Porque eu acho que isso não é certo, ué. – Dei de ombros e saí andando rápido.

Entramos na van e Luan se sentou em um dos primeiros bancos, do lado da mulher. Eles iam sussurrando algumas coisas e escutávamos o barulho dos beijos, nojentos !

Assim que saímos do elevador em direção aos quartos, acelerei mais os passos e passei ventando por eles, que já estavam abrindo a porta do quarto.

Liguei para Ana, assim que cheguei no quarto e troquei  minha roupa, estava com saudades e aproveitei pra contar toda história da balada e de alguns dias atrás, do escritório.

- Vai dormir, amiga ! – Ela dizia, rindo.

- Para, Ana ! Esse Luan é um cachorro mesmo, que ódio... – Eu reclamava.

- (risos) Esse problema é dá namorada dele e não seu.

- É meu sim. Ele não quer ficar comigo, mas qualquer piranha de esquina ele pega, não é ? Ordinário, isso que ele é.

- Vish, já vi tudo. Então é pelo toco ?

- Não sei que toco você está falando. Vou desligar, Ana.

- (risos) Vai lá e esquece isso.

- Nunca !

- Beijos e eu ainda te amo, coisa chata.

- Eu que deveria estar falando que ainda te amo.

- Vai acordar de ressaca amanhã, você não está bem...

Logo desligamos e depois de rolar na cama de curiosidade pra saber o que estava acontecendo no quarto ao lado, mas é claro que eu sabia, peguei no sono.

Acordei no outro dia com batidas fortes na porta, e minha cabeça só faltava explodir por aquilo. Me levantei resmungando, parecia que ainda era bem cedo.

- Paula ? – Cocei os olhos.

- Oi, é ... – Ela sorria sem jeito. – Desculpa te incomodar, ainda são 9:00hrs e sei que é bem cedo pra vocês que dormem tarde.

- Tudo bem, sem problemas !

- Então...A Arleyde foi embora, não é ? – Assenti com a cabeça. – Vim ver o Luan e ela que ficava com o cartão do quarto dele, então creio que você deve ficar agora.

- Ah, claro ! Tenho sim...

- Você pode me dar?

- Só um minuto. – Fui até as minhas coisas e peguei o cartão reserva.

Ainda estava morta de sono, cabelo alto, bocejava e coçava os olhos, fazendo Paula ri um pouco. Acho que ela poderia até estar tentando ser minha amiga.

Me joguei na cama de novo assim que me despedi dela e em menos de cinco minutos, meu sono profundo de antes voltou.

*

Levei uma moça para o hotel, depois da balada. Não sei onde estava com a cabeça, Paula era uma ótima pessoa, mas nosso relacionamento já estava esfriando e eu estava carente, não pensei muito. Vi que Sara ficou emburrada com aquilo e revirei os olhos mentalmente, eu ficaria com qualquer uma, menos com ela.

- O que significa isso, Luan ? – Pensei que estava sonhando com a voz da Paula, mas logo vi que era tudo real quando senti alguém tirando meu cobertor.

Olhei para o lado e Carol, que dormia comigo, estava só de lingerie e acordava, me virei de barriga para cima e Paula me encarava, com lágrimas nos olhos e raiva também, muita raiva.