Primeiro Capítulo

Rumo a mais um show ! Não sou cantora e nem trabalho em algo do tipo, pode ser que no futuro, já que faço faculdade de publicidade e markentig, mas ficaria feliz em trabalhar em algum escritório também. Estou indo assistir a um show com a minha amiga Ana, minha fiel escudeira, tenho vários amigos, mas Ana sempre me acompanha em tudo e corre atrás dos meus sonhos comigo. Esse show mesmo, ela me ajudou bastante para está se realizando, sou fã do Luan Santana desde os meus dezoito anos. Sempre admirei muito ele, antes, mas depois eu vi que aquilo era mais que uma simples admiração Meus amigos sempre me zoaram e meus pais nunca se importaram, mas também achavam bobeira demais, sou filha única e moro com eles em Guarapuava – PR, apesar de ser o mesmo estado do Luan, eu nunca sequer conseguir ir vê-lo ou chegar perto dele, estudo muito, principalmente agora, que já estou no último ano e meu pai, é bem rígido. Sou filha única e nem por isso eu sou mimada, eu acho, não me deixam fazer tudo apesar de meus vinte e dois anos, são bem ciumentos comigo e até acho fofo. Minha mãe é dona de casa, formada em pedagogia, mas meu pai conseguiu convencê-la a trabalhar somente em casa, já que ele é um ótimo advogado e seus serviços são bastante requisitados no Paraná.

- Estou ansiosa! – Ana, se arrumava em frente ao meu enorme espelho. Estava sentada na cama e já pronta à uma hora. Ela revirou os olhos.

- Você já disse isso... Umas dez vezes, Sara. Calma! – Ri com sua frase, enquanto se virava novamente para continuar a se arrumar.

Enfim prontas, descemos as escadas de minha casa, que não era muito grande, mas bem bonita. Meu pai ganhava muito bem, mas nunca gostou de gastar muito e nem com “coisas supérfluas”, como dizia ele.

- Tomem cuidado, qualquer coisa me liguem. – Minha mãe, beijava nossas testas.

- Fica tranqüila, mãe. Amanhã mesmo estamos de volta.

- Londrina é longe, Sara. Não vamos estar por perto. – Meu pai se levantou, do sofá em que estava.

- Eu sei, papai. Nós já somos grandes.

- Eu sei, que já são de maior, mesmo assim. Nunca saíram para longe e sozinhas. – Abraçamos eles mais uma vez e meu pai sussurrou um “Juízo” em meu ouvido, assenti.

Já sabia o que queria dizer, cuidado com os homens. Sempre foi assim e eu nunca me importei com seu jeito, de me tratar como se ainda tivesse meus quinze anos, às vezes até ignorava. Ana foi dirigindo, já que gostava bastante. Quando chegamos ao hotel, já no final da tarde, comemos alguma coisa, antes de irmos para o local do show.

Mesmo ficando em camarote, eu queria ir no começo da noite, bem cedo. Já estava tremendo de ansiedade, havia um ano que não iria em nenhum show e por esse motivo conseguir convencer ao meu pai de me deixar ir, com muito custo. Confesso que não aparentava ser fã, e uma vez, quando tentei vê-lo em um aeroporto, do Rio de Janeiro, muitas fãs me olhavam torto, por ser bonita e me vestir bem, segundo Ana, que dizia que era esse o motivo o qual não gostavam muito de mim. Mas nunca liguei, sempre fui fã de verdade e não escondia isso de ninguém, nem em minhas redes sociais, que eram lotadas de fotos do Luan e ao contrário do que pensavam quando viam uma foto minha e abriam a minha rede social, não tinha nenhuma foto minha e do Luan, algumas ficavam até surpresas, outras até suspeitavam que eu já havia “ficado” com ele, quem dera! Sempre brinquei com Ana assim e ele sempre disse, que no dia que ele me visse, iria se encantar e pedir uma chance, eu ria dela, mas confesso que sonhava acordada com aquilo, não considerava uma “paixão” mas sim algo “platônico”, não sei explicar o que é.

- Já está lotado. – Ela olhava em volta.

- Não disse. – Sorri para ela e fomos procurar um local na “grade” do camarote, para ficarmos.

Olhei para trás como se procurasse algo, na verdade, eu queria que aquele show começasse logo. Meus pés até já doíam e eu xingava Ana mentalmente, por ter quase que me obrigado a colocar aqueles saltos. Em todo show que ia, as pessoas me olhavam surpresas, quando me viam produzida daquele jeito e pulando feito uma louca, ria delas.

Vi um rapaz se aproximar com algo na mão, enquanto conversava com outro homem ao seu lado. Meus olhos brilharam, quando vi o nome “Camarim Luan Santana”  na pulseira que seguravam.

Eles passaram por trás de mim e eu pude ouvir toda a conversa.

- Sobrou uma...

- Pois é, eu disse que ela não viria.

- (risos) Esqueci, que não gosta do Luan Santana. – Eles riam.

Cutuquei Ana em minha frente, que se assustou.

- O que foi, Sara?

- Olha ali. – Apontei com a cabeça para os rapazes.

- O que foi? São bonitos. – Ela riu.

- Não é nada disso, olha o que tem nas mãos. – Ela olhou mais uma vez para eles, que graças a Deus não perceberam.

- Uma pulseira?

- Do camarim! Ana, eu preciso dela. – Minha amiga riu de mim.

- Pede a eles.

- Não...Nunca, que eu faço isso.

- Eu peço então. – Ana se afastou de mim, antes que dissesse algo e eu me assustei.

A vi conversar com os rapazes, fazia gestos e mexia em seu cabelo, sabia que com seu jeitinho e seu charme, ela conseguiria. Era bem bonita, com seus cabelos pretinhos e seus olhos castanhos, conquistavam qualquer um.

- Olha aqui. – Ela chegou sorridente, com aquela pulseira nas mãos.

- Amiga, eu vou ser eternamente grata a você! – Sorrimos e eu a abracei, apertado. – Como conseguiu?

- Com meu charme. – A olhei em dúvida. – Está bem, vou ficar com um deles. – Arregalei os olhos.

- Você é doida? Não precisava.

- Claro que precisava, é seu sonho e afinal. – Ela olhou para trás e eu acompanhei seu olhar, sorriu para o rapaz, que retribuiu e voltou a me olhar. – Ele é gato! – Rimos.

Fui correndo para trás do palco e agradeci mentalmente, por aquele camarote ter um acesso direto lá para trás. Olhei para frente e vi um enorme portão e um segurança encostado nele, me aproximei.

- Oi, é... Eu vim pro camarim. – Levante minha pulseira e sorri, ele me olhou desconfiado.

- Já atendeu a todos.

- Por favor...

- Desculpa, moça. – Suspirei, não era possível !